Após insinuação de lavagem de dinheiro, petistas rebatem Gilmar Mendes
Em ato em apoio ao deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), preso no início da noite em Brasília, parlamentares petistas rebateram nesta terça-feira (4) suspeitas levantadas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes de que haveria indícios de lavagem de dinheiro nas doações feitas para pagar as multas dos ex-dirigentes do PT presos no mensalão.
O deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) afirmou que Mendes agia como “líder da oposição pequena”.
Por sua vez, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que disse ter contribuído pessoalmente para as campanhas de arrecadação promovidas em favor dos colegas petistas, desafiou o ministro a mostrar na lei onde doar dinheiro seria proibido.
“Desafio o ministro Gilmar Mendes a mostrar onde está proibido isso [arrecadar dinheiro]. Acho que ele não conhece a lei”, afirmou. Eles foram alguns dos parlamentares presentes a um ato político realizado por militantes do PT acampados no estacionamento em frente ao STF.
À tarde, o magistrado chegou a dizer que considerava “esquisito” ser possível arrecadar em tão pouco tempo o montante das multas.
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares arrecadou mais de R$ 1 milhão, e o ex-deputado José Genoino (PT-SP) conseguiu levantar mais de R$ 700 mil.
“Eu acho que está tudo muito esquisito. Se a gente aprende a ler sinais vai ver que está muito esquisito. Coleta de dinheiro, com grandes facilidades”, afirmou Mendes.
“Agora, dado positivo, essa dinheirama, será que esse dinheiro que está voltando é de fato de militantes? Ou estão distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação? Será que não há um processo de lavagem de dinheiro aqui? São coisas que nós precisamos examinar”, disse.
Para ele, a arrecadação de vultosas quantias em tão pouco tempo é “incomum” e haveria “elementos para uma investigação” por parte do Ministério Público.
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