PF abre inquérito para apurar uso de documento falso por Pizzolato
A Superintendência da Polícia Federal em Santa Catarina informou nesta quinta-feira (6) que abriu um inquérito policial para investigar os crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso pelo ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão. Foragido desde o ano passado, Pizzolato foi preso pela polícia italiana em Maranello nesta quarta-feira (5).
Ele também responderá por esse crime na Itália, informou a polícia local.
Fuga de Pizzolato do Brasil
Pizzolato saiu do Brasil por Santa Catarina (1), atravessou a fronteira até Bernardo De Irigoyen, na Argentina (2); foi até Buenos Aires (3), de onde pegou um voo até Barcelona (4). A polícia ainda não sabe como ele entrou na Itália, mas ele foi preso em Maranello (5)
O ex-diretor do BB usou documentos falsos em nome do irmão Celso, morto há quase 36 anos, para fugir do Brasil e não ser preso. Ele passou pela Argentina e pela Espanha antes de chegar à Itália, país do qual tem cidadania.
O primeiro documento rastreado pelo PF foi um RG em nome de Celso, com data de expedição de 2007. Também há CPF e título de eleitor no mesmo nome. Em 2008, foi feito um passaporte brasileiro e em 2010 foi expedido o passaporte usado para entrar na Espanha em 12 de setembro de 2013. Todos os documentos foram feitos no Estado de Santa Catarina.
A PF e a polícia italiana informaram que Pizzolato não foi preso por uso de documento falso, mas a pedido do Brasil para a extradição.
A pena prevista para o crime de falsidade ideológica é de um a cinco anos de prisão e multa e para o uso de documento falso é de dois a seis anos e multa, de acordo com a PF.
Em nota, o órgão afirma que o inquérito investigará apenas esses crimes em que não há relação com o julgamento do mensalão. Pizzolato foi condenado no processo do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato (desvio de dinheiro público) e corrupção passiva.
Fuga e extradição
Pizzolato deixou o país com o nome de Celso na cidade de Dionísio Cerqueira (SC). Entrou na Argentina em Bernardo de Irigoyen e viajou até Buenos Aires, onde pegou um voo para Barcelona, na Espanha, em setembro de 2013, dois meses antes de ter sua prisão decretada pelo STF.
A polícia argentina coletou foto e digitais de Pizzolato quando ele cruzou a fronteira com o nome de Celso. Essas digitais foram analisadas e se constatou que eram de Henrique, de acordo com a PF.
A Procuradoria Geral da República informou nesta quarta-feira (5) que "deu início às providências necessárias" junto ao Ministério da Justiça e ao STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir a extradição do Henrique Pizzolato.
Em nota, a Procuradoria disse na quarta-feira que vai traduzir documentos, como a certidão do trânsito em julgado (que atesta o fim do processo) e o mandado de prisão contra Pizzolato para, então, encaminhar o pedido de extradição ao Supremo.
O governo brasileiro tem até o dia 17 de março para requerer às autoridades italianas a extradição. Pelo tratado firmado entre os dois países, o Brasil tem 40 dias a contar a partir da data da prisão, ocorrida na quarta-feira (5), para enviar o pedido sob o risco de o ex-diretor do Banco do Brasil ser colocado em liberdade.
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