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Aliados protocolam pedido para CPI mista sobre Petrobras e cartéis

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

03/04/2014 15h09Atualizada em 03/04/2014 21h58

Em mais um capítulo do embate entre o governo federal e a oposição no Congresso, partidos da base aliada protocolaram nesta quinta-feira (3) um requerimento para a abertura de uma CPI mista para investigar a Petrobras, os cartéis de trem e irregularidades no porto de Suape, entre outros assuntos. A comissão será integrada por senadores e deputados.

O pedido conta com 32 assinaturas de senadores (o mínimo exigido é de 27) e 219 de deputados (mínimo é de 171).

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Opositores já haviam entrado com pedido de uma comissão mista para investigar as denúncias envolvendo a estatal. No entanto, os aliados querem que sejam apurados também os escândalos sobre os cartéis de metrô em São Paulo e Distrito Federal durante o comando de governos do PSDB e do DEM, além do porto de Suape e da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, numa tentativa para atingir Eduardo Campos (PSB), governador pernambucano e potencial candidato ao Planalto. 

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), negou que o Planalto receie que as suspeitas de irregularidades na Petrobras sejam apuradas e aproveitou para atacar a oposição, que, segundo ele, pretende transformar a CPI em palanque eleitoral.

“Se nós agirmos aqui, e da parte da base do governo nós agiremos, com a seriedade devida, sem tentar fazer daqui um palanque eleitoral, investigaremos tudo. Da nossa parte, sem nenhuma preocupação”, afirmou Chinaglia.

Ele rechaçou ainda a manobra tucana no Estado de São Paulo para impedir a instalação na Assembleia Legislativa de uma comissão para apurar o cartel do metrô. “Eles [PSDB] poderiam admitir CPI no Estado de São Paulo que nós aceitamos ampliar o seu foco, mas eles arrumam argumentos para não investigar nada contra eles", afirmou.

Líder do governo no Congresso, o senador José Pimentel (PT-CE) argumentou que uma CPI que investigue contratos do Metrô paulista e do porto de Suape se justifica porque os projetos receberam recursos federais. "Ali temos recursos do orçamento federal, empréstimos do BNDES e internacionais que tiveram a aprovação do Congresso", disse.

Os dois requerimentos só deverão ser lidos no plenário do Congresso, conforme exige o regimente, no dia 15 de abril, quando está marcada a próxima sessão.

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Além das CPIs mistas, tanto os oposicionistas quanto os governistas entraram com pedido de criação de CPIs da Petrobras no Senado.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu, porém, transferir para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) a palavra final sobre a instalação das CPIs.