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Petrobras não vive abismo de ética, diz Foster sobre ex-diretor preso

A presidente da Petrobras, Graça Foster, fala na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira (15), sobre as denúncias de corrupção que envolvem a empresa de petróleo - Alan Marques/ Folhapress
A presidente da Petrobras, Graça Foster, fala na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira (15), sobre as denúncias de corrupção que envolvem a empresa de petróleo Imagem: Alan Marques/ Folhapress

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

15/04/2014 13h22Atualizada em 15/04/2014 14h06

Em audiência pública no Senado, a presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu a empresa e negou que a estatal esteja vivendo um “abismo ético” ao comentar as denúncias envolvendo o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal.

“Nós não vivemos um abismo da ética, graças a Deus e aos funcionários da Petrobras”, defendeu Graça. “Os 85 mil funcionários da Petrobras não podem ser medidos por um comportamento que não é digno”, disse a executiva ao se referir a Costa.

Ao fazer seus questionamentos sobre as irregularidades da Petrobras, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) fez uma provocação afirmando que a empresa vive um abismo ético.

Costa está preso desde março por suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 milhões e que intermediou doações eleitorais, segundo investigações da PF. Segundo Graça, a prisão dele causou “constrangimento” à empresa.

Graça afirma que os contratos da Petrobras que tenham envolvimento do ex-diretor estão sendo apurados internamente pela  empresa.

Durante a audiência, Graça reconheceu ainda que a aquisição da refinaria de Pasadena no Texas (EUA), em 2006, pela Petrobras não foi um "bom negócio".  Há suspeita de que a compra tenha representado um prejuízo milionário. A operação tem sido alvo de investigações em diferentes órgãos, como o Ministério Público e a Polícia Federal.

Segundo Graça, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a aquisição de Pasadena sem ter informações sobre as cláusulas de "Put Option" e "Marlim", que teriam gerado prejuízo à empresa. A compra se baseou no parecer elaborado pelo ex-diretor financeiro da BR Distribuidora Nestor Cerveró.
Graça foi questionada o motivo de Cerveró não ter sido punido pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Segundo a executiva, Cerveró foi transferido, em 2008, da diretoria Internacional da Petrobras para a diretoria financeira da subsidiária BR Distribuidora. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) não ficou satisfeito e ironizou a resposta.

Os negócios da estatal petrolífera são alvo de investigações do Ministério Público, Polícia Federal, CGU (Controladoria-Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas da União) por prática de corrupção, desvio de recursos públicos, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e remessa ilegal de valores ao exterior.