MP-SC pede a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara de Florianópolis
O MP-SC (Ministério Público Estadual de Santa Catarina) pediu nesta quarta-feira (10) a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara de Florianópolis César Faria (PSD). Na mesma ação, denunciou à Justiça Faria e outras 12 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF), no primeiro de cinco inquéritos derivados da Operação Ave de Rapina.
Iniciada em 12 de novembro, a operação apura crimes de corrupção, tráfico de influência e fraude em licitações que teriam dado prejuízos de R$ 30 milhões à prefeitura.
O promotor Alexandre Grazziotin, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) ofereceu a denúncia contra os 13 à Unidade do Crime Organizado da Justiça de Santa Catarina. Caberá ao juiz Marcelo Volpato analisar o pedido de prisão de Faria.
Esta etapa da Ave de Rapina não deve ser confundida com o mais importante dos inquéritos derivados dela, aquela que indiciou 14 vereadores, na sexta-feira (5), por negociar emendas em projetos em tramitação na Câmara para beneficiar empresários.
Faria renunciou à presidência da Câmara em 12 de novembro, horas depois de prestar depoimento na PF. Ele ainda está no exercício do mandato, participando das sessões da Câmara.
Conforme o MPE-SC, o parlamentar foi denunciado "por corrupção passiva, fraudar licitação, peculato e por constituir organização criminosa".
Conforme Grazziotin, Faria, servidores e empresários teriam formado uma quadrilha no Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF). Confrontado com a denúncia, Faria alegou inocência e disse que só voltará a falar na Justiça.
Nesta etapa viraram réus o secretário de Segurança e Defesa do Cidadão Júlio Machado, o motorista da prefeitura Theo dos Santos, o diretor financeiro do Ipuf Tiago Varela e o servidor municipal Adriano de Melo.
Entre os empresários denunciados como integrantes do esquema estão os irmãos José D´Agostini Neto e José Norberto D´Agostini, proprietários da empresa Focalle, contratada para manutenção dos semáforos de Floripa.
O empresário Eliseu Kopp, proprietário da Kopp Tecnologia, fornecedora dos radares, e dois de seus executivos, Décio Stangherlin e Fabiano Barreto. Além deles, foram denunciados também os irmãos Walmor e Davi Nascimento, da Artmil Comercial.
Em todas suas etapas a Ave de Rapina já indiciou 49 pessoas, sendo 14 vereadores, empresários e servidores do Executivo e Legislativo.
Os advogados dos acusados pelo MPE vão esperar pronunciamento da Justiça sobre a denúncia para defender seus clientes.
*Colaborou Aline Torres
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