Conselho de Ética sorteia três novos nomes para relatoria contra Cunha
Após manobras de aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terem conseguido afastar o relator do processo contra o peemedebista, o Conselho de Ética realizou nesta quarta-feira (9) um sorteio e três deputados poderão ser escolhidos como o novo relator do caso.
Foram sorteados os deputados Léo de Brito (PT-AC), Marcos Rogério (PDT-RO) e Sérgio Brito (PSD-BA). A escolha cabe ao presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), e deve ser anunciada nesta quinta-feira (10) pela manhã.
As manobras adiam novamente o andamento do processo, que vem se arrastando há quase dois meses -- Cunha foi denunciado ao Conselho de Ética em outubro. Em ao menos cinco ocasiões, as sessões do Conselho de Ética que discutem se o parecer contra Cunha deve ser admitido já foram postergadas.
Com a escolha de um novo relator, o andamento do processo pode retroceder uma casa -- Pinato já havia apresentado um parecer prévio sobre a chamada admissibilidade do tema. Agora, o conselho votaria se o parecer de Pinato era ou não admissível. Não está claro entre os integrantes do conselho se a escolha do novo relator reinicia os prazos para a apresentação do parecer e realização dos debates do relatório. A questão deve ser decidida pelo presidente da comissão.
Alguns deputados acreditam que a mudança de relator possa reiniciar o processo do zero, o que daria mais tempo para Cunha se defender.
É esperado que, se forem escolhidos, tanto Leo de Brito quanto Rogério apresentem pareceres favoráveis ao prosseguimento da investigação contra Cunha.
A bancada do PT anunciou que votará pela continuidade do processo, e Rogério também anunciou que votaria dessa forma durante sessão de debates do conselho.
Sérgio Brito não se pronunciou publicamente sobre o caso, mas foi um dos autores do pedido de vista coletivo que adiou a votação do parecer do antigo relator, Fausto Pinato (PRB-SP).
Araújo chegou a anunciar que nomearia como relator o deputado do PT, Zé Geraldo (PA), mas depois voltou atrás e decidiu pela realização de novo sorteio.
O presidente do conselho classificou como “golpe” a interferência da Mesa no órgão. “Não posso me dobrar a essa decisão. Acho que isso é golpe. Não podemos continuar em uma Casa que a cada instante reformula suas decisões. Nós não somos meninos de escola, somos deputados que representamos a sociedade”, disse.
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