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É "cortina de fumaça", diz Cunha sobre pedido de afastamento

Do UOL, em Brasília

16/12/2015 19h56Atualizada em 16/12/2015 21h27

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quarta-feira (16) que o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para afastá-lo do cargo é apenas "cortina de fumaça", um "desvio do foco" do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Segundo ele, o pedido de afastamento de Janot visa apenas tirar o foco do impeachment, que está sendo debatido pelo STF (Supremo Tribunal Federal). No pedido, Janot afirma que Cunha utilizou o cargo para interesse próprio e com "fins ilícitos", diz a nota divulgada pela Procuradoria, que afirma ainda que Cunha usou o cargo para "constranger e intimidar" parlamentares e réus em processos judiciais.

"É tentativa de desviar o foco da discussão de hoje. Tentar desviar a repercussão do julgamento [no STF]... Aquilo que chamaram de golpe, de manipulação, aquilo tudo está confirmado pelo voto do ministro relator", declarou Cunha. "Cadê as manipulações, as manobras, os golpes de que estou sendo acusado?"

Nesta quarta, o ministro do STF Luiz Edson Fachin votou favoravelmente à manutenção da eleição da comissão que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Fachin, que é o relator do caso no Supremo, se posicionou contrariamente aos principais pontos da eleição contestados pela ação do PC do B, partido aliado ao governo. 

Em mais uma vitória para Cunha e a oposição, Fachin negou o pedido de suspeição do presidente da Câmara relativo ao ato de abertura do processo de impeachment. Segundo o ministro, as regras que definem os impedimentos de juízes no Judiciário não podem ser aplicadas no julgamento de impeachment, que é de teor político. "Portanto, entendo que as causas de impedimento e suspeição não se compatibilizam com o processo jurídico-político", afirmou.