Com tema de utilidade pública, 'panelaço' teve intensidade menor
As panelas voltaram a fazer barulho pelo Brasil durante o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na noite desta quarta-feira (3), mas com menos intensidade do que em situações anteriores em que ela foi à TV.
O motivo do pronunciamento foi a epidemia de zika e o aumento do número de casos de bebês com microcefalia pelo país. O alerta, em caráter de utilidade pública, não foi suficiente para dissuadir os descontentes de se manifestar.
Houve manifestações em diversas capitais do Brasil - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Brasília, Recife e Salvador, entre outras -, mas o barulho foi menor, na comparação com protestos anteriores.
Na zona oeste de São Paulo, por exemplo, foi possível ouvir os panelaços nos bairros de Higienópolis e Pinheiros, mas com bem menos reverberação do que em ocasiões anteriores, segundo apurou a reportagem do UOL.
Em Belo Horizonte, no bairro da Savassi, área de classe média e de concentração de bares e restaurantes, as manifestações também foram menos ruidosas. Em Goiânia, houve buzinaço, mas sem tanta contundência.
Pela rede social Twitter, usuários relataram panelaços nos bairros de Pinheiros, Brooklin, Higienópolis e Pompeia, áreas de classe média da capital paulista. No Rio de Janeiro, houve registros de manifestações em Copacabana, na zona sul. Em Santa Catarina, panelas foram batidas em Balneário Camboriú, no litoral.
Quando esteve no Congresso Nacional, na última terça-feira (2), a presidente foi vaiada por deputados federais de oposição quando defendeu o retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
Mesmo com as vaias, Dilma manteve a serenidade e seguiu em frente, recebendo inclusive elogios do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto e adversário declarado do governo federal.
Os “panelaços”, que aconteceram sobretudo no Sudeste, foram avaliados criticamente por cidadãos no Twitter:
Volta de Dilma ao rádio e à TV
O pronunciamento oficial à nação feito por Dilma na noite desta quarta foi o primeiro em cadeia nacional de rádio e TV desde o dia 8 de março de 2015, quando a presidente falou sobre e para as mulheres no Dia Internacional da Mulher.
Na ocasião, impulsionados pela baixa popularidade da presidente e repercussão de denúncias de corrupção envolvendo políticos do PT, “panelaços” buscaram calar o pronunciamento em diversas capitais e municípios do Brasil.
Depois do Dia da Mulher, o governo Dilma decidiu privilegiar a difusão de pronunciamentos oficiais pela internet, nos canais digitais da Presidência da República. Por isso, os pronunciamentos tradicionais do Dia do Trabalho, em 1º de maio, e do Dia da Independência, em 7 de setembro, no ano passado, foram divulgados exclusivamente nas redes sociais digitais, evitando o rádio e a TV e, assim, o “panelaço”.
No dia 5 de agosto do ano passado, contudo, Dilma voltou ao rádio e à TV para participar do programa nacional do PT, que resultou em novo “panelaço”.
Em dezembro, em vez do pronunciamento à nação de fim de ano, Dilma se viu obrigada a convocar a imprensa, e o canal oficial de TV, para reagir ao pedido de abertura de impeachment do seu mandato, aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam este pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim”, pronunciou Dilma.
A volta de Dilma neste momento ao rádio e à TV parece querer demonstrar que seu governo tem força para encaminhar e enfrentar as questões que ameaçam o país e os brasileiros, como a crise econômica e política e agora a crise de saúde pública com a difusão do vírus da zika e a multiplicação descontrolada do mosquito Aedes aegypti. E, assim, garantir a continuidade do seu governo.
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