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Delação de Delcídio pode influenciar impeachment, diz presidente da comissão

Ricardo Marchesan

Do UOL, em Brasília

22/03/2016 14h41

O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), presidente da comissão da Câmara que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, disse que não há como impedir que a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) influencie as decisões dos deputados da comissão.

Na segunda reunião de trabalho da comissão, Rosso anunciou que a delação não deverá ser levada em conta no pedido de impeachment, nem citada no relatório final da comissão. O pedido deve manter o foco na denúncia original, relacionada às pedalas fiscais.

"Mesmo desconsiderado como parte integrante da denúncia, o citado documento é de conhecimento público. Não há como esta presidência impedir a influência do mesmo sobre qualquer formação de juízo de cada parlamentar nessa comissão", disse durante a reunião.

Novo pedido de impeachment

A decisão do presidente vale para qualquer fato novo que não esteja na denúncia original, não apenas à delação de Delcídio do Amaral. Para ser levado em conta, segundo Jovair Arantes (PTB-GO), relator da comissão, será necessário um novo pedido de impeachment. "Se o presidente [da Câmara] ou alguém quiser incluir isso, terá que abrir outro processo que não esse que nós estamos relatando", disse

A oposição planeja entrar com um novo pedido de impeachment, baseado na delação.

Governo quer mais prazo para defesa

O PT diz que a presidente Dilma Rousseff deve ser notificada sobre a decisão da comissão de não levar em conta fatos novos, e que isso deve reiniciar a contagem do prazo de dez sessões da Câmara para que ela apresente sua defesa.

O prazo começou na sexta-feira (18) e ainda faltam sete sessões. Rogério Rosso evitou comentar a posição do governo. "Assim que formulada, ou se formulada, essa questão de ordem, eu vou me pronunciar", disse o presidente da comissão.

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