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Oito ex-ministros de Lula e Dilma votaram pelo impeachment no Senado

Dilma e ministros no Planalto: 5 ex-membros de sua equipe votaram pelo impeachment  - Sergio Lima/Folhapress
Dilma e ministros no Planalto: 5 ex-membros de sua equipe votaram pelo impeachment Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Vinicius Konchinski*

Do UOL, no Rio de Janeiro

12/05/2016 09h36Atualizada em 10/08/2016 02h53

Oito senadores que já foram ministros de governos de Lula e Dilma Rousseff votaram na manhã desta quinta-feira (12) pela abertura do processo de impeachment contra a presidente.

A instauração do processo foi aprovada no Senado por 55 votos favoráveis contra 22 contrários. Com isso, Dilma Rousseff (PT) será afastada da Presidência por até 180 dias para que seja julgada por supostos crimes de responsabilidade. Se condenada, ela perde o mandato.

Dos 77 senadores que votaram, 12 integram ou já integraram governos petistas. Mais da metade deles deu seu aval ao afastamento temporário de Dilma e, assim, à posse interina do vice-presidente, Michel Temer (PMDB).

Dos ex-ministros favoráveis ao impeachment, cinco deles chegaram a integrar a equipe de governo de Dilma.

São eles: Edison Lobão (PMDB-MA), que foi ministro de Minas e Energia de Dilma; Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), ex-ministro da Integração Nacional; Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), ex-ministro da Previdência; Marcelo Crivella (PRB-RJ), que já comandou o Ministério da Pesca; e Marta Suplicy (PMDB-SP), ex-ministra da Cultura.

Lobão e Marta também fizeram parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de compor a equipe ministerial de Dilma.

Outros três ex-ministros de Lula votaram pela abertura do processo de impeachment. São eles: Cristovam Buarque (PPS-DF), ex-ministro de Educação; Eunício Oliveira (PMDB-CE), ex-ministro das Comunicações; e Romero Jucá (PMDB-RR), que foi ministro da Previdência.

Jucá é presidente em exercício do PMDB e cotado para assumir o ministério do Planejamento do governo Temer. Um dos últimos parlamentares a discursar, ele rechaçou argumentos de que o impeachment é um golpe de Temer.

“A legitimidade da decisão do Congresso é constitucional e expressada majoritariamente nas ruas. Me desculpem aqueles que estão em desacerto mental, mas não vamos aceitar agressões contra o vice-presidente e o PMDB”, afirmou.

Petistas mantém fidelidade

Dois ex-ministros do governo Lula –Humberto Costa (PT-PE/Saúde) e José Pimentel (PT-CE/Previdência)—votaram contra o impeachment.

Gleisi Hoffmann (PT-PR), que já foi ministra chefe da Casa Civil do governo Dilma, também tentou barrar com seu voto o afastamento temporário da presidente.

Assim como ela, Armando Monteiro (PTB-PE), ministro recém-exonerado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, votou contra o impeachment.

No plenário, Monteiro defendeu Dilma e disse que o Congresso Nacional trabalhou para tumultuar seu governo.

“A responsabilidade fiscal não é algo que apenas decorre de uma postura do Executivo. Deve estar presente também nas decisões do Congresso. Dilma precisou vetar projetos aprovados, como o reajuste do Judiciário”, reclamou.

A agora ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), é senadora licenciada e poderia ter votado na sessão encerrada nesta madrugada. Ela, porém, não deixou seu cargo no Executivo e foi substituída na votação pelo senador suplente Donizeti Nogueira (PT-TO), que votou contra o impeachment.

Eduardo Braga (PMDB-AM) foi ministro de Minas e Energia até o mês passado. Ele deixou o governo e também poderia votar no Senado nesta quinta. Braga, contudo, está licenciado do Senado e não votou.

*Colaboraram Gustavo Maia e Hanrrikson de Andrade