Opiniões sobre impeachment de Dilma rendem curtidas a pré-candidatos em SP
Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo encaram a crise política brasileira em dois tempos opostos, delimitados pelas votações sobre o impeachment de Dilma Rousseff (PT) no Congresso. No Facebook, quem apoia Michel Temer (PMDB) hoje fala pouco ou nada sobre o assunto; já quem está contra o presidente interino abraçou o tema depois das derrotas da presidente afastada.
A exceção é o atual prefeito Fernando Haddad (PT), que vai tentar a reeleição em outubro. Apesar de ser do mesmo partido de Dilma, ele não tocou no tema da crise em nenhum momento em sua fanpage durante este ano.
O UOL observou todos os posts publicados, entre janeiro e junho, nas páginas no Facebook dos dez pré-candidatos que pontuaram na pesquisa de intenção de voto feita pelo Ibope.
A comissão do impeachment na Câmara iniciou seus trabalhos em março, e a votação em que a Casa autorizou o avanço do impeachment para o Senado foi em 17 de abril. Justamente entre março e abril os deputados federais e pré-candidatos Celso Russomanno (PRB), Marco Feliciano (PSC) e Major Olímpio (Solidariedade) concentraram suas publicações sobre o assunto. Todos eles votaram a favor do impeachment.
Comportamento parecido teve a senadora Marta Suplicy (PMDB), que manteve um ritmo intenso de posts sobre a crise de março até maio, mês em que o Senado, com o apoio da senadora, votou para afastar Dilma. Assim como Marta, Temer é do PMDB. PRB, PSC e Solidariedade são partidos do chamado “centrão”, cujas bancadas sustentam o governo interino no Congresso.
Posts sobre a crise política
- Major Olímpio (SD): jan. (1), fev. (2), mar. (76), abr. (49), mai. (12), jun. (11)
- Marco Feliciano (PSC): jan. (1), fev. (5), mar. (44), abr. (60), mai. (14), jun. (7)
- Luiza Erundina (PSOL): jan. (1), fev. (0), mar. (5), abr. (46), mai. (31), jun. (54)
- Levy Fidelix (PRTB): jan. (8), fev. (8), mar. (46), abr. (39), mai. (20), jun. (21)
- Marta Suplicy (PMDB): jan. (7), fev. (7), mar. (23), abr. (19), mai. (32), jun. (3)
- Andrea Matarazzo (PSD): jan. (0), fev. (0), mar. (11), abr. (9), mai. (6), jun. (0)
- Celso Russomanno (PRB): jan. (0), fev. (0), mar. (6), abr. (10), mai. (1), jun. (0)
- João Doria Jr. (PSDB): jan. (1), fev. (0), mar. (7), abr. (2), mai. (1), jun. (0)
- Delegado Olim (PP): jan. (0), fev. (0), mar. (4), abr. (1), mai. (0), jun. (0)
- Fernando Haddad (PT): jan. (0), fev. (0), mar. (0), abr. (0), mai. (0), jun. (0).
Crise rende curtidas
Já a deputada federal Luiza Erundina (PSOL) fez o contrário dos apoiadores de Temer. Até março, foram apenas seis posts sobre a crise política. De abril em diante, com as votações na Câmara e no Senado, foram 131 de 137 publicações sobre o tema (96% do total).
Apesar de fazer oposição ao governo Dilma no Congresso, o PSOL foi contra a abertura do processo de impeachment e o seu afastamento da petista. "É um momento único que vivemos e que a deputada entende como não ser possível não se posicionar, atuar, lutar contra o golpe que está em curso contra a democracia brasileira", disse a equipe de Erundina por meio de nota. Erundina é a única pré-candidata que se mostra contra o impeachment e votou contra o processo na Câmara.
Mesmo os pré-candidatos que não estão no Congresso comentaram a crise política, em diferentes intensidades. O vereador Andrea Matarazzo (PSD) fez 26 posts sobre o assunto, sendo 20 deles entre março e abril. O deputado estadual Delegado Olim (PP) foi econômico: todos os seus cinco posts sobre a crise política foram em março e abril.
Levy Fidelix, pré-candidato do PRTB, reduziu o ritmo de posts sobre o tema depois de abril, mas continua se dedicando a atacar o PT com frequência. Das 142 publicações sobre a crise política no primeiro semestre, 85 foram em março e abril e 41 em maio e junho. "[Escolho os assuntos] pelo meu 'feeling político'", disse o pré-candidato ao UOL.
O empresário João Doria Jr. (PSDB) fez apenas dez posts sobre a crise política, sendo nove deles entre março e abril. Um deles lhe rendeu sua publicação mais curtida, comentada e compartilhada, com um vídeo --em que criticava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente afastada, Dilma Rousseff-- que teve mais 6,8 milhões de visualizações. “Ele (Doria) é a favor de um novo governo e que se dê tempo a um novo governo”, diz Daniel Braga, coordenador de mídias digitais de Doria.
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