Saiba quem é Rodrigo Maia, presidente da Câmara até 2017
Filho do ex-deputado e ex-prefeito do Rio Cesar Maia, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), 46, presidirá a Câmara até o dia 31 de janeiro de 2017, após vencer o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) por votos 285 a 170, em eleição decidida no 2º turno.
O último presidente da Câmara do DEM foi Efraim Morais (PB), quando a sigla ainda se chamava PFL, de 2002 a 2003.
Ao tomar posse como presidente da Câmara na madrugada desta quinta-feira (14), Rodrigo Maia se emocionou ao falar de sua família. Ele agradeceu seus apoiadores, entre eles líderes da oposição a exemplo de Orlando Silva (PCdoB-SP) e Afonso Florence (PT-BA).
"Vamos partir de amanhã tentar governar com simplicidade. Nós temos muito trabalho a fazer, nós temos que pacificar esse plenário. Nós temos uma pauta do governo para discutir, mas também uma pauta da sociedade, que é também muito importante."
"Rosso foi um grande adversário, é um grande amigo e é um grande parlamentar. Foi uma disputa limpa, na política. Isso é que é importante", declarou.
Ao se dizer um homem emotivo, Maia confessou ter tomado três calmantes. Por conta do chamado recesso branco, Maia só deve comandar votações no plenário no mês de agosto.
Campanha
Apesar de ter se apresentado como fiel ao governo Temer, Maia fez sua campanha buscando votos de partidos da antiga base da presidente afastada, Dilma Rousseff.
Como argumento, usava sua contraposição ao chamado "centrão", bloco também da base governista, mas apontado como próximo do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que sofre um processo de cassação.
Ele cumprirá o restante do mandato presidencial de Cunha, que renunciou ao cargo do qual estava afastado desde maio, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Cunha não renunciou ao mandato.
Como a votação foi secreta, é difícil precisar o apoio conquistado por Maia junto aos partidos da base de Dilma. No entanto, assim que foi proclamado o resultado que levou a disputa ao segundo turno, os dois candidatos -- Maia e Rosso -- se lançaram numa corrida às salas das lideranças partidárias em busca de apoio. Eles tiveram pouco mais de uma hora para angariar apoiadores.
O PCdoB e o PDT, partidos da antiga base de Dilma Rousseff, decidiram apoiar Maia no 2º turno da eleição à presidência da Câmara. Maia apoiou o impeachment e seu partido fazia oposição a Dilma. O apoio na eleição foi justificado por líderes do PCdoB e PDT como uma forma de se contrapor à influência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do chamado "centrão", grupo alinhado ao outro candidato, Rogério Rosso.
Maia também conseguiu o apoio do PR e do PTN, ambos do "centrão". O democrata já era endossado pelo PSDB e pela chamada "antiga oposição".
Também pode ter favorecido o deputado o apoio do Planalto para levar ele e Rosso ao segundo turno, preterindo o candidato do PMDB, Marcelo Castro (PI), tratado como oposicionista. Na votação do impeachment, Castro contrariou o partido e votou a favor de Dilma.
O deputado chegou a ser cotado para ocupar a função de líder do governo Temer na Câmara, cargo importante por representar a orientação do Planalto nas votações. No entanto, Maia acabou preterido e o escolhido para ser líder de Temer foi André Moura (PSC-SE), aliado de Cunha e expoente do centrão.
Filho do ex-prefeito do Rio Cesar Maia, o deputado do DEM está em seu quinto mandato na Câmara. A mulher de Rodrigo Maia, Patrícia Vasconcelos, é enteada de Moreira Franco, uma das principais lideranças do PMDB e atualmente secretário executivo do Programa de Parcerias e Investimentos do governo interino.
Entre 2007 e 2011, Maia presidiu o DEM. No ano seguinte concorreu à Prefeitura do Rio de Janeiro, mas ficou em terceiro lugar, obtendo apenas 3% dos votos válidos.
Trajetória
Rodrigo Maia nasceu no Chile, onde o pai, Cesar Maia, vivia o exílio durante a ditadura militar brasileira. Aos 26 anos, foi nomeado secretário de governo da gestão Luiz Paulo Conde (1997-2000), então um aliado eleito pela força de Cesar, na Prefeitura do Rio.
Ainda menino, como citou em seus discursos na eleição da Câmara, acompanhou a carreira política do pai. Viu-o próximo de líderes como Brizola, Ulysses Guimarães, Marcello Alencar, deputados, senadores, governadores. Elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 1998, aos 28 anos, com quase 100 mil votos, na mesma eleição que Cesar, pelo PFL, perdeu para Garotinho a disputa pelo governo fluminense. Rodrigo foi reeleito em 2002, 2006, 2010 e 2014. Foi vice-líder (2003-2005), líder (2005-2007) e presidente do PFL. Em 2007, o partido virou DEM, sob seu comando.
Ele é casado com com Patrícia Vasconcelos, enteada de Moreira Franco (PMDB-RJ), hoje secretário executivo do Programa de Parcerias e Investimentos do governo Temer.
(*Com Estadão Conteúdo)
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