Vizinhos reclamam de revogação de prisão de Garotinho: "desmoraliza o bairro"
Há sete anos trabalhando em frente ao prédio onde vive a família de Anthony Garotinho no Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, o vendedor André Santos tem acompanhado de camarote o desenrolar da prisão e agora soltura do ex-governador.
"Ele tinha que ficar é preso, tem muita gente boa aqui no Flamengo, ele desmoraliza o bairro", diz, enquanto vende panos de prato com enfeites natalinos e para os vizinhos do ex-governador.
Ele conta que a prisão de Garotinho mobilizou o bairro. "Todo mundo ficou abismado."
Nesta quinta-feira (23), pouco depois do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu pela revogação da prisão do ex-governador, moradores passavam curiosos em frente ao prédio em que ele estava em prisão domiciliar.
Enquanto alguns pedestres fotografavam o local, era possível ouvir xingamentos vindos dos carros que passavam, e um motorista de ônibus chegou a parar o coletivo em frente ao local para gritar: "Agora é a tua vez, Garotinho!"
A funcionária pública Lourdes Dias Cardoso, moradora da região, faz coro a Santos. "Qual a diferença dele e do Cabral? Os dois roubaram, os dois nos deixaram nesse caos." Mesma opinião da taxista Janete Almeida. "O povo está indignado, esse homem tem que ser punido pelo mal que fez ao Estado."
O ex-governador divulgou nesta quinta uma nota em seu blog afirmando que sua detenção foi "uma verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito".
A decisão do TSE que revogou a prisão preventiva de Garotinho impôs ao político medidas cautelares que, se descumpridas, podem levar o ex-governador de volta ao regime prisional. Uma delas é o pagamento de uma fiança de R$ 88 mil, o equivalente a cem salários mínimos.
De acordo com a decisão do TSE, Garotinho deverá cumprir outras medidas cautelares: não poderá voltar a Campo de Goytacazes até o julgamento e nem sair de casa por mais de três dias sem autorização judicial, não poderá exercer a profissão de radialista e nem ter qualquer tipo de contato com testemunhas arroladas durante todo o andamento do processo.
Garotinho foi preso no último dia 16, suspeito de usar o programa social Cheque Cidadão para comprar votos nas eleições de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. A prisão foi decidida na 100ª Zona Eleitoral de Campos.
No mesmo dia em que foi preso, Garotinho passou mal e foi internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro. No dia seguinte, ele foi encaminhado para o hospital penal do Complexo Penitenciário de Bangu.
No dia 19, a ministra do TSE Luciana Lóssio determinou sua transferência para um hospital privado, a pedido da defesa de Garotinho. Ao receber alta, na terça-feira, o ex-governador seguiu para prisão domiciliar.
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