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Militantes e curiosos vão à porta de cemitério sob chuva por abraço de Lula

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Bernardo do Campo (SP)

04/02/2017 20h20Atualizada em 04/02/2017 20h57

Militantes, simpatizantes e curiosos se reuniram, na tarde deste sábado (4), no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo (SP), para prestar solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de cremação do corpo da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Muitos diziam esperar abraçá-lo e tirar uma foto com ele.

Carregando uma bandeira estampada com a foto do ex-presidente, uma senhora falava, orgulhosa, para todos ao redor que tinha abraçado Lula durante o velório e ido ao cemitério para tentar um novo abraço. "Ele vai vir, sim, aqui fora. Ele é do povo e, tenho certeza, vai abraçar todo mundo." Ela disse ter conhecido Lula pessoalmente no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC --mesmo local onde o corpo de Marisa Letícia foi velado. 

Um rapaz que estava ao lado disse também ter recebido um abraço do ex-presidente no velório. "Os seguranças não queriam deixar a gente chegar perto dele e do caixão, mas ele pediu para tirar [a barreira] e começou a abraçar todo mundo que passava", relatou.

Antes mesmo de a reportagem conseguir perguntar seus nomes, o público agitou-se ao notar uma movimentação na porta do prédio onde foi feita a cerimônia de cremação. Na entrada principal, começaram a aperecer figuras como Luiz Marinho (PT), sindicalista e ex-prefeito de São Bernardo do Campo (2009-2016), Cristiano Zanin Martins, um dos advogados de Lula, e Frei Chico, irmão do ex-presidente.

Cada vez que a porta de vidro se abria, aumentava a expectativa de que Lula pudesse sair para cumprimentar os que o esperavam. "Agora tem que ser o Lula. Olha lá!", falou uma senhora. "Não. Não é não, mas ele vai vir", respondeu a outra.

Por volta de 17h30, começou a chover forte, mas parte do público se manteve próximo à grade de proteção colocada no cemitério. Uma ou outra pessoa comentava que Lula poderia aparecer logo, para que eles pudessem ir embora e não tomar chuva.

Poucos minutos depois, um grupo de pessoas que estava próximo a uma saída lateral do prédio começou a gritar o nome de Lula. Rapidamente, outros se juntaram ao grupo e ao coro. 

Conforme Lula, visivelmente abatido e com os olhos vermelhos, caminhava próximo às grades de proteção, mais gente se aproximava entoando gritos de "Lula, guerreiro do povo brasileiro". Muitas palmas também puderam ser ouvidas no momento.

Apesar da barreira de proteção, o ex-presidente abraçou algumas pessoas. Seguranças tentavam protegê-lo da chuva.

"Nosso país vai voltar a ser o que era", bradou uma mulher, na expectativa de que ele ouvisse. "Eu vim aqui só acompanhar ela [apontou para a amiga]. Ela gosta muito dele. Eu vim só para ver. Nós moramos aqui do lado do cemitério", disse outra mulher, sem dar o nome.

Às 17h47, Lula deu o último aceno geral para os presentes, entrou no carro e deixou o cemitério.

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