Jurista convoca "próprio time" e pede "fora, Temer" na Paulista
O jurista Luiz Flávio Gomes, 59, convocou seu "próprio time" para protestar contra a corrupção na tarde deste domingo (26), na avenida Paulista. Ele pegou carona na manifestação programada por movimentos como o Vem Pra Rua e o MBL (Movimento Brasil Livre), mas disse não concordar com a pauta apresentada por eles.
"Eu sou 'Fora, Temer', eles não", afirma. "Nosso movimento é também 'Fora, Lula, fora, Aécio, fora, todos os corruptos", disse Gomes.
O alvo das manifestações desse domingo é o Congresso Nacional. O MBL e o Vem Pra Rua saíram às ruas pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Neste domingo, eles protestam contra a anistia ao caixa dois, o foro privilegiado e o voto em lista fechada (quando o eleitor vota em uma lista de candidatos escolhidos pelo partido) e a favor da Lava Jato.
Gomes, que nas redes sociais publica vídeos com críticas aos políticos, afirma que preferiu criar o seu próprio grupo, o “Movimento Quero Um Brasil Ético”.
Gomes contratou um carro de som próprio para se posicionar na esquina com rua Augusta, longe do veículo do Vem Pra Rua e do MBL, que ficam estacionados próximo ao Masp. Ele não diz quanto gastou, mas afirma que pagou com dinheiro do "próprio bolso". Cerca de 30 pessoas protestavam com o advogado na Paulista.
O “Quero Um Brasil Ético” também defende o fim do foro privilegiado e o fim do caixa 2.
Ao ser questionado se o movimento é um ensaio para entrar na política, como ocorreu com lideranças dos grupos criticados por ele, Gomes desconversou: "2017 é um ano de luta para não deixar os corruptos se perpetuarem na política. É 2018, é outra história", diz.
Atos esvaziados
Diferentemente de atos convocados em anos anteriores, as manifestações desse domingo não levaram muitas pessoas para as ruas. Em Brasília, segundo a PM, cerca de 600 pessoas protestaram diante do Congresso. No Rio de Janeiro, a PM não fez um balanço. Os organizadores falaram em 2.000 pessoas.
"O brasileiro está em processo de cidadania, processo para aprender a abdicar do conforto de casa, de ir para rua manifestar. O processo é de altos e baixos. É assim mesmo", afirmou Adriana Balthazar, uma das líderes do movimento no Rio de Janeiro.
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