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Líder do Vem Pra Rua minimiza baixa adesão e cobra posição de Temer

Nivaldo Souza

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/03/2017 17h06Atualizada em 26/03/2017 17h54

Rogério Chequer, líder do Movimento Vem Pra Rua, minimizou o esvaziamento da manifestação deste domingo (26) na av. Paulista e cobrou uma posição do presidente Michel Temer (PMDB) sobre as manobras adotadas pelos políticos para se manterem impunes de crimes investigados pela Operação Lava Jato. 

"Nós vimos o governo recebendo a pauta e posando para a fotografia quando foram tratar de lista fechada. Uma semana depois, o Temer fala que não é muito simpatizante disso. O governo precisa assumir uma posição e o povo veio às ruas para exigir isso", afirma Rogério Chequer, empresário e líder do grupo.

Chequer afirma que "não está claro" o apoio do governo ao voto em lista [os partidos escolhem quais candidatos vão integrar a lista na eleição] e aos outros três pontos da pauta do movimento: financiamento exclusivamente público de campanha, a anistia para políticos corruptos e o fim do foro privilegiado. "A gente escuta as conversas dos corredores do Congresso e, sim, eles [políticos] estão tentando a anistia", disse.

Participantes do ato levaram uma bandeira em referência à monarquia  - Nivaldo Souza/UOL - Nivaldo Souza/UOL
Participantes do ato levaram uma bandeira em referência à monarquia
Imagem: Nivaldo Souza/UOL

Para o líder do grupo, o "combo" de ações propostas pelos congressistas indica que há um movimento pela impunidade dos possíveis envolvidos em investigações da Lava Jato. Ele vê como indício desse cenário a reunião de 15 de março entre o presidente Michel Temer, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, e os presidentes do Senado e Câmara, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Ao final do encontro, Mendes defendeu a adoção do sistema de votação por lista fechada, quando o eleitor vota em um partido que apresenta uma lista pré-ordenada dos candidatos, não em um nome. Hoje, o eleitor vota diretamente no candidato.

Um carro de som na av.Paulista contava com entusiastas da intervenção militar - Nivaldo Souza/UOL - Nivaldo Souza/UOL
Um carro de som na av.Paulista contava com entusiastas da intervenção militar
Imagem: Nivaldo Souza/UOL

O Vem Pra Rua não divulgou estimativa de público nem a Polícia Militar informou o número de pessoas que ocuparam a av. Paulista neste domingo. "A gente tem que tomar muito cuidado para não medir a manifestação popular pelo número de pessoas que vem às ruas. O número de pessoas nas ruas não é um sinal de que a sociedade não está pressionando a classe política, principalmente, aquela que não quer ouvir", afirma Chequer. 

Durante a manifestação, o Vem Pra Rua não fez críticas ao governo Temer. Apenas os presidentes do Senado e Câmara foram alvo de protestos. "Rodrigo Maia, preste atenção, lista fechada só elege o ladrão, cantaram participantes após pedido do puxador do carro de som.

O deputado Major Olimpio (SD-SP) ao lado do vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM) no carro do MBL (Movimento Brasil Livre) diz que "todos os juízes do Brasil precisam ser como Sergio Moro" - Nivaldo Souza/UOL - Nivaldo Souza/UOL
O deputado Major Olimpio (SD-SP) ao lado do vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM) no carro do MBL (Movimento Brasil Livre) diz que "todos os juízes do Brasil precisam ser como Sergio Moro"
Imagem: Nivaldo Souza/UOL

O Vem Pra Rua defendeu também o fim do foro para evitar o congestionamento de processo contra políticos em exercício de mandato para evitar que o STF "não dê conta" de julgá-los.

"Nossa pauta não é mais o impeachment", diz líder do Vem Pra Rua. "A nossa pauta não é mais 'Fora, Dilma'. Não é mais a favor do impeachment. É muito mais complexa", completou.