Líder do Vem Pra Rua minimiza baixa adesão e cobra posição de Temer
Rogério Chequer, líder do Movimento Vem Pra Rua, minimizou o esvaziamento da manifestação deste domingo (26) na av. Paulista e cobrou uma posição do presidente Michel Temer (PMDB) sobre as manobras adotadas pelos políticos para se manterem impunes de crimes investigados pela Operação Lava Jato.
"Nós vimos o governo recebendo a pauta e posando para a fotografia quando foram tratar de lista fechada. Uma semana depois, o Temer fala que não é muito simpatizante disso. O governo precisa assumir uma posição e o povo veio às ruas para exigir isso", afirma Rogério Chequer, empresário e líder do grupo.
Chequer afirma que "não está claro" o apoio do governo ao voto em lista [os partidos escolhem quais candidatos vão integrar a lista na eleição] e aos outros três pontos da pauta do movimento: financiamento exclusivamente público de campanha, a anistia para políticos corruptos e o fim do foro privilegiado. "A gente escuta as conversas dos corredores do Congresso e, sim, eles [políticos] estão tentando a anistia", disse.
Para o líder do grupo, o "combo" de ações propostas pelos congressistas indica que há um movimento pela impunidade dos possíveis envolvidos em investigações da Lava Jato. Ele vê como indício desse cenário a reunião de 15 de março entre o presidente Michel Temer, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, e os presidentes do Senado e Câmara, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Ao final do encontro, Mendes defendeu a adoção do sistema de votação por lista fechada, quando o eleitor vota em um partido que apresenta uma lista pré-ordenada dos candidatos, não em um nome. Hoje, o eleitor vota diretamente no candidato.
O Vem Pra Rua não divulgou estimativa de público nem a Polícia Militar informou o número de pessoas que ocuparam a av. Paulista neste domingo. "A gente tem que tomar muito cuidado para não medir a manifestação popular pelo número de pessoas que vem às ruas. O número de pessoas nas ruas não é um sinal de que a sociedade não está pressionando a classe política, principalmente, aquela que não quer ouvir", afirma Chequer.
Durante a manifestação, o Vem Pra Rua não fez críticas ao governo Temer. Apenas os presidentes do Senado e Câmara foram alvo de protestos. "Rodrigo Maia, preste atenção, lista fechada só elege o ladrão, cantaram participantes após pedido do puxador do carro de som.
O Vem Pra Rua defendeu também o fim do foro para evitar o congestionamento de processo contra políticos em exercício de mandato para evitar que o STF "não dê conta" de julgá-los.
"Nossa pauta não é mais o impeachment", diz líder do Vem Pra Rua. "A nossa pauta não é mais 'Fora, Dilma'. Não é mais a favor do impeachment. É muito mais complexa", completou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.