Após delação, Marcelo Odebrecht depõe por quase 3h a Moro
O empresário Marcelo Odebrecht depôs nesta segunda-feira (10) por cerca de 2 horas e 40 minutos ao juiz Sergio Moro, na sede da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba. Tratou-se da primeira audiência do empreiteiro depois que o acordo de colaboração com a Odebrecht foi homologado. O acordo envolve, além de Marcelo Odebrecht, outros 76 executivos da empresa.
O executivo chegou para o depoimento por volta das 13h50 em um carro da Polícia Federal e deixou o prédio por volta das 16h40. A audiência está relacionada ao processo em que o ex-ministro Antônio Palocci, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o marqueteiro João Santana e a mulher dele, Mônica Moura são réus. Além de Odebrecht, o ex-executivo da empresa Rogério Santos Araújo depôs nesta segunda.
O advogado Nabor Bulhões, que representa o empresário Marcelo Odebrecht, chegou sozinho à Justiça Federal do Paraná, por volta das 13h40. Conforme o advogado, Marcelo Odebrecht está “sereno”, “seja quando exerceu a defesa na primeira fase, seja quando o grupo resolveu fazer a colaboração. Ele tem a exata consciência do papel que exerce como grande empresário que é”, afirmou o advogado.
Quando questionado sobre o conteúdo ou como transcorreu a audiência, ele preferiu não se manifestar. “Tudo o que houve no âmbito dessa audiência está sob sigilo”, relatou. No entanto, o suposto conteúdo da audiência foi divulgado por alguns sites ao longo das 2h40 em que Marcelo Odebrecht permaneceu no prédio da Justiça Federal.
Segundo Bulhões, a audiência chegou a ser paralisada por esse motivo. “Houve notícia de que alguém teria quebrado o sigilo do interrogatório, e o magistrado ficou de apurar esse fato”, relatou.
Papel como colaborador
Com a mudança de patamar – de acusado para colaborador –, Marcelo Odebrecht deverá responder a todas as questões formuladas pelo juiz e representantes do Ministério Público Federal, que também estiveram na audiência. Além das duas partes, advogados de defesa das partes envolvidas se fizeram presentes.
A respeito do depoimento, o advogado apenas afirmou que o sigilo está relacionado às circunstâncias que envolvem o processo. “Não é que a defesa não queira que o depoimento seja prestado de forma pública. É uma circunstância legal. Obviamente, sendo sigiloso eu não poderia falar do conteúdo do depoimento”, disse.
Assim como Marcelo Odebrecht, João Santana, Mônica Moura e Antônio Palocci estão com depoimentos marcados a respeito deste processo para o mês de abril. O ex-presidente do Grupo Odebrecht está preso em Curitiba há um ano e dez meses e já foi condenado a mais de 19 anos de prisão em outro processo dentro do contexto da Operação Lava Jato.
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