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Senador da Rede protocola pedido de impeachment contra Temer

12.mai.2017 - O presidente, Michel Temer (PMDB) - Marcos Corrêa/Presidência da República
12.mai.2017 - O presidente, Michel Temer (PMDB) Imagem: Marcos Corrêa/Presidência da República

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

18/05/2017 11h23Atualizada em 18/05/2017 11h47

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou na manhã desta quinta-feira (18) pedido de impeachment contra o presidente, Michel Temer (PMDB).

Randolfe Rodrigues usa como base para o pedido as informações divulgadas ontem pelo jornal O Globo sobre a delação premiada feita por ao menos sete executivos do grupo JBS (entre eles os irmãos Joesley e Wesley Batista). Segundo o dono da JBS, Joesley Batista, Temer teria dado aval à compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso pela Operação Lava Jato --o valor seria de R$ 5 milhões.

“Tem que manter isso aí”, teria dito Temer ao tomar conhecimento dos pagamentos feitos a Cunha, segundo o jornal.

Na noite de ontem, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) protocolou um pedido de impeachment do presidente --que segue para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Se for aceito, será criada uma comissão especial para analisar o assunto.

Após o pedido de impeachment de Molon, o deputado e terceiro secretário da Mesa, João Henrique Caldas (PSB-AL), apresentou uma denúncia contra Temer por crime de responsabilidade.

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Para Randolfe Rodrigues, o momento do país é “difícil”.

“É um momento difícil e grave da vida nacional, mas que exige nesse momento uma tomada de decisão por parte das pessoas públicas, em especial do Senado”, disse o parlamentar ao anunciar o pedido de impeachment contra Temer no plenário do Senado.

O pedido feito por Randolfe Rodrigues foi protocolado junto à Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Caberá ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliar se dá prosseguimento ao pedido de abertura de processo de impeachment contra Temer ou não. Maia é o próximo na linha sucessória e genro de um dos principais ministros do governo Temer, Moreira Franco, que ocupa a Secretaria-Geral da Presidência da República.

Na última quarta-feira, quando as informações sobre a delação da JBS vieram à tona, Maia deixou a Câmara dos Deputados às pressas e participou de uma reunião com Temer no Palácio do Planalto durante a noite.

Aécio Neves na mira

Além do pedido de impeachment contra Temer, o parlamentar da Rede anunciou ainda que vai fazer uma representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Conselho de Ética do Senado.  O motivo são as revelações de que o tucano teria pedido e recebido aproximadamente R$ 2 milhões de executivos da JBS sob o pretexto de pagar os custos de sua defesa na Operação Lava Jato.

Nesta quinta-feira, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o afastamento de Aécio de seu mandato. A PGR (Procuradoria-Geral da República) também pediu a prisão de Aécio, mas o pedido ainda deverá ser analisado pelo plenário do STF. Se a corte decidir pela prisão do tucano, a decisão ainda precisa ser submetida à aprovação do Senado.