PF apreende obras de arte, carros e R$ 400 mil de empresário suspeito de pagar propina a Cabral
A Polícia Federal do Rio de Janeiro apreendeu, nesta quinta-feira (1º), 16 obras de arte, três carros de luxo e R$ 400 mil que fariam parte do patrimônio de Marco Antônio de Luca, empresário preso nesta manhã em um dos desdobramentos da força-tarefa fluminense da Operação Lava Jato.
De acordo com as investigações, Luca é ligado às companhias Masan, Milano e outras de um mesmo grupo empresarial. Por meio delas, o suspeito teria, segundo o MPF (Ministério Público Federal), destinado R$ 12,5 milhões em propina ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso desde novembro do ano passado, e a secretários de Estado.
Entre os veículos apreendidos, há um Dodge e uma Mercedes, segundo um policial federal ouvido pelo UOL. Ele disse ainda que o material foi encontrado em sete endereços comerciais e dois residenciais. Os últimos seriam o apartamento de Luca, em Ipanema, área nobre da zona sul carioca, e um sítio, cuja localização não foi informada.
Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato afirmam que o dinheiro ilícito era pago para que as empresas de Luca fossem beneficiadas nos acordos comerciais com o Estado, o que inclui contratos de alimentação para escolas e presídios, entre outros serviços.
No total, narra o MPF, as empresas Masan e Milano conseguiram contratos que, somados, chegam a mais de R$ 7 bilhões, no período entre 2011 e 2017.
Por solicitação do MPF, a Justiça autorizou sequestro de bens no valor de até R$ 12.595.700 de Luca e suas empresas. O empresário foi detido em sua casa, na avenida Vieira Souto. Ele será responsabilizado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Outro lado
A defesa de Sérgio Cabral se manifestará sobre as acusações em juízo. Já a Masan, em nota, informou que "trabalha com o governo do Estado desde 2005", isto é, antes do início da administração Cabral. "Todas as licitações ganhas pela empresa foram pela modalidade de menor preço", alegou. A empresa ressalta também que "nunca foi condenada por qualquer tipo de irregularidade em sua história."
"A empresa sofre hoje, como todos os prestadores de serviços, com a inadimplência do governo do Estado do Rio de Janeiro, que chega à casa de R$ 70 milhões. O passivo, iniciado em 2010, vem sendo cobrado na instância administrativa."
"A empresa sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários sobre suas operações."
A nota diz ainda que Marco Antonio de Luca não faria parte da Masan desde agosto de 2015 e que ele nunca teria feito parte do quadro societário da Milano.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.