Acidente que matou Teori completa 6 meses, e investigação não tem prazo para acabar
Após seis meses da queda do avião que matou o então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, completados nesta quarta-feira (19), a investigação do acidente continua e não tem prazo para ser finalizada.
Em 19 de janeiro, o relator da operação Lava Jato no STF morreu aos 68 anos após a queda do avião em que estava junto a outras quatro pessoas no litoral de Paraty, no Estado do Rio de Janeiro. Os demais ocupantes eram o empresário do grupo Emiliano Empreendimentos e dono do avião Carlos Alberto Filgueiras, de 69 anos, a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, de 23 anos, a mãe dela, Maria Ilda Panas, 55, e o piloto Osmar Rodrigues, 56.
No momento, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), responsável pela apuração de acidentes de avião no Brasil, espera laudos da Polícia Federal e realiza as últimas análises para elaborar a minuta do relatório final, conforme informou a FAB (Força Aérea Brasileira), à qual o Cenipa é subordinado.
A etapa seguinte será traduzir o documento preliminar para o inglês e enviá-lo para os órgãos de investigação National Transportation Safety Board, nos Estados Unidos, onde a aeronave foi fabricada, e Transportation Safety Board of Canada, no Canadá, onde o motor foi fabricado. Ambos terão até 60 dias para fazer comentários sobre a minuta. Quando receber as observações, o Cenipa concluirá o relatório final, considerado o documento oficial da investigação.
O texto vai resgatar o histórico da ocorrência, apresentar informações factuais e análises realizadas, informar as conclusões e fazer recomendações de segurança para que casos como este não voltem a acontecer. O relatório será publicado no portal do Cenipa na internet. No entanto, não há previsão para o fim do processo.
Fases da investigação
Para se chegar ao relatório final, a investigação do acidente conta com duas fases. A primeira começou no próprio dia 19 de janeiro e consistiu na coleta de evidências. Na ocasião, os investigadores fotografaram cenas do avião no mar, retiraram destroços para serem analisados, ouviram testemunhas e reuniram documentos.
Mergulhadores do Corpo de Bombeiros retiraram os corpos das vítimas da água, que ficaram na cabine de passageiros. A fuselagem do avião teve de ser cortada pelos bombeiros para a ação. Três corpos foram resgatados durante a madrugada e, os outros dois, pela manhã. Só depois é que os mergulhadores da Marinha puderam remover os destroços da água e recuperar o gravador de voz da cabine do piloto.
Investigadores do Cenipa também colheram mais informações no Aeroporto Campo de Marte, na capital paulista, de onde o avião decolou, e em Sorocaba, onde fica a empresa responsável pela manutenção da aeronave.
A segunda e atual fase do processo consiste na análise dos dados colhidos para estabelecer a relação entre o que pode ter causado o acidente. São considerados fatores materiais – como o sistema do avião e sua construção –, humanos – condição médica e psicológica do piloto e dos passageiros –, e operacionais – rota utilizada e meteorologia no momento da queda, por exemplo. A equipe responsável é formada por pilotos, engenheiros, médicos e mecânicos, entre outros, informou a FAB.
Acidente no mar de Paraty
O avião modelo Hawker Beechcraft King Air C90 de matrícula PR-SOM era de porte pequeno e tinha capacidade para acomodar até oito pessoas. O bimotor turbo-hélice decolou às 13h01 do Campo de Marte, em São Paulo, e caiu por volta das 13h45, quando estava a 2 km de distância da cabeceira da pista do aeroporto de Paraty, próximo à Ilha Rasa.
Testemunhas afirmam que chovia forte no momento do acidente e que o piloto teria feito uma curva, abandonando a aproximação final para a pista de Paraty, que só pode acontecer em condição visual. Nesse momento, o avião perdeu altitude e se chocou com a água. Pelo menos uma pessoa afirma ter visto uma fumaça saindo da aeronave antes da queda.
De acordo com a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a documentação da aeronave estava regular, com validade até abril de 2022, e a inspeção da manutenção anual era válida até abril de 2017.
Após a morte de Teori Zavascki, a relatoria da Operação Lava Jato no STF foi redistribuída, via sorteio, ao ministro Edson Fachin. Já a vaga deixada na Corte ficou com Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer (PMDB) e aprovado pelo senado.
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