Ex-namorada denuncia Eduardo Bolsonaro na Delegacia da Mulher por ameaças
A jornalista Patrícia Lélis registrou um boletim de ocorrência contra o suposto ex-namorado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) na última terça-feira (18). Segundo publicou em seu Instagram, ela sofreu injúrias e ameaças pelo celular do deputado federal. O caso foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), em Brasília.
“Voltei a sofrer ataques machistas de haters, e de pessoas simpatizantes do então deputado, enfim, fascistas seguidores de Eduardo e sua turma, e como se não bastasse: Uma ameaça direta do próprio”, afirma a postagem, feita na noite de ontem, com uma foto de um boletim de ocorrência.
A polêmica começou no dia 11 de julho, quando rodou pelo Facebook o print de uma postagem que supostamente pertencia à página privada do deputado federal. No texto, ele estaria reclamando de uma ex-namorada que “é vista em balada LGBT acompanhada de médico cubano, usando uma roupa vulgar”.
Mesmo sem ser citada, no mesmo dia Patrícia respondeu ao deputado sob o argumento de que viveu com ele três anos e oito meses de um relacionamento abusivo. “Você consegue desrespeitar até pessoas que nunca viu na vida”, diz a publicação da jornalista. Ela acaba o post com um pedido que ele pare de ligar falando que está com saudades.
No dia seguinte, o deputado gravou um vídeo em resposta às acusações, negando que a publicação seja sua. “Agora vem esse print aí, um fato que não tá nem no meu Facebook nem no Facebook dela”, afirma Bolsonaro no vídeo público, postado no Facebook. “Além disso, inventou uma história aí que eu teria engravidado ela e ela abortou, um negócio mal contado que eu nem dei bola.”
Na sua postagem no Instagram de ontem, curtida mais de 10 mil vezes, Patrícia diz que o deputado age “como bom moço” publicamente. “Porém nas mensagens privadas o comportamento foi o de sempre: Tentar abafar o caso com grosserias machistas, injúrias diversas e várias ameaças com o intuito de tentar me intimidar ou calar minha voz”, publicou a jornalista.
Ela explica que decidiu ir à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) por ter sofrido diversas críticas e questionamentos quando denunciou o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) por assédio sexual por ter demorado a fazê-lo. “Quem fala isso, não tem a noção do quanto é difícil denunciar um agressor, ainda mais se esse agressor se encontrar ‘protegido’ por pessoas que os defendem com unhas e dentes, acreditando que realmente são donos da boa moral”, diz a publicação. “Porém desta vez, resolvi agir de forma diferente, pois infelizmente já estou aprendendo como as coisas funcionam com esse tipo de pessoa.”
Patrícia conta que mostrou as mensagens de ameaça, que, segundo ela, partiram do celular pessoal de Bolsonaro, à polícia. O boletim foi registrado na delegacia em Brasília e deverá ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), visto que o deputado tem foro privilegiado.
Procurado pelo UOL, o gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que ele já havia tratado do assunto publicamente, nas redes sociais, e que só voltaria a dar entrevistas na primeira semana de agosto.
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