Janot vê propina em troca de MP e denuncia Jucá pela 3ª vez em uma semana
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) o senador Romero Jucá (PMDB-RR) sob acusação de ter recebido R$ 150 mil em propina para favorecer a Odebrecht na tramitação de duas medidas provisórias. É a terceira denúncia de Janot contra o senador do PMDB em uma semana. Na sexta (25), Jucá foi acusado de corrupção na Transpetro e, na segunda-feira anterior (21), a acusação tratou de favorecimento ao grupo Gerdau.
Jucá e Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, foram denunciados sob acusação de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A denúncia foi baseada no acordo de delação premiada de Melo Filho. As delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht já renderam outros quatro inquéritos abertos contra o senador do PMDB.
Segundo a denúncia de Janot, o dinheiro foi recebido por meio de doação ao diretório do PMDB de Roraima, que repassou o valor à chapa que concorria ao governo daquele Estado em 2014, formada pelo filho do senador, Rodrigo Jucá, então candidato a vice-governador. O executivo contou à PGR (Procuradoria-Geral da República) que a doação foi feita a pedido de Jucá. Segundo a PGR, as medidas provisórias receberam emendas de Jucá que previam benefícios fiscais às empresas que eram de interesse também da Odebrecht.
Com o oferecimento da denúncia, agora caberá aos ministros da 2ª Turma do STF decidirem se abrem processo contra Jucá, o que pode torná-lo réu neste caso.
Defesa de Jucá diz que denúncia é "supreendente"
Entenda o caso
Uma doação de R$ 150 mil realizada oficialmente pela Odebrecht ao diretório do PMDB no Estado de Roraima, em 2014, foi, na verdade, um pagamento disfarçado ao senador Romero Jucá (PMDB-RR), por serviços prestados ao grupo empresarial no Senado. A afirmativa é de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais do conglomerado em Brasília, e consta em delação divulgada nesta quarta-feira (12) pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Presente em cinco pedidos de inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo, o senador, que hoje é presidente nacional do PMDB, será investigado em um deles ao lado do filho, o ex-deputado estadual Rodrigo Jucá (PMDB).
Isso porque, segundo a delação de Melo Filho, a doação foi feita a pedido do senador para a campanha de Rodrigo, que em 2014 foi candidato a vice-governador de Roraima. A chapa foi derrotada no segundo turno.
"No ano de 2014, o senador não era candidato a nenhum cargo eletivo, mas, em determinado momento, ele me disse que o filho dele era candidato", contou o ex-executivo da Odebrecht a procuradores.
De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o delator informou que o pagamento só ocorreu em função da "ajuda que o senador estava prestando ao grupo Odebrecht durante o processo de discussão da MP 651/14".
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