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Com discurso contra "corruptos", Alvaro Dias se lança pré-candidato a presidente

Bruno Rousso

Colaboração para o UOL, no Rio

17/11/2017 13h54Atualizada em 17/11/2017 14h50

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) confirmou, na manhã desta sexta-feira (17), no Rio de Janeiro, a pré-candidatura à Presidência da República para as eleições de 2018. Ao lado dele, o também senador Romário (Podemos-RJ) anunciou a intenção de concorrer ao Governo do Estado do Rio de Janeiro. O evento marcou ainda a filiação do deputado estadual Bebeto ao partido. O ex-jogador, que cumpre seu segundo mandato, se desligou do PDT. As convenções do partido para a oficialização das candidaturas devem ocorrer em junho do próximo ano.

Há mais de quatro décadas na gestão pública, Alvaro Dias atacou veementemente a classe política.

“Entro nesse desafio com a confiança e a certeza de que podemos mudar esse quadro. Roubaram o Rio de Janeiro, assaltaram o Brasil. O que roubaram lá atrás é o que falta agora nos hospitais e na Segurança Pública. Portanto, são ladrões e assassinos e têm de ser presos”, exclamou o parlamentar.

Romário mostrou estar alinhado com o parceiro de partido e também destacou a necessidade de reconstrução da política nacional e fluminense.

“A política hoje está um caos. A corrupção está entranhada nos parlamentares, seja no Executivo, no Legislativo ou no Judiciário. E o Rio de Janeiro é o número um. Mas hoje vemos grandes nomes da política pagando o preço da sacanagem que fizeram por muitos anos. O Rio hoje passa por dificuldades por causa do roubo desses corruptos e ladrões.”

Nos últimos dias, o cenário político do Rio ferveu com as prisões dos deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB. Os peemedebistas são alvos da Operação Cadeia Velha, que apura crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa. Os três se entregaram à Polícia Federal nesta quinta-feira (16), após decisão em 2ª instância da Justiça Federal e estão presos na Cadeia Pública de Benfica, zona norte do Rio. Lá está preso também o ex-governador Sérgio Cabral.

Na tarde desta sexta-feira, a Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) votará pela revogação, ou não, da prisão de Picciani, Melo e Albertassi.

“Se fosse uma ação no Senado eu votaria pela permanência deles na prisão e perda de mandato. Mas, se tratando de Alerj, infelizmente vai acabar prevalecendo não o que é justo, mas a relação de amizade, o corporativismo. Infelizmente essas pessoas, politicamente falando, não podem mais assumir esses cargos. Vamos torcer para que isso aconteça mas é muito difícil uma votação contrária a eles”, concluiu Romário.

No último levantamento divulgado pelo Datafolha, em 1º de outubro, Alvaro Dias apareceu com uma margem entre 3% e 5% das intenções de votos, em todos os cenários expostos. Em contrapartida, foi um dos candidatos com menor rejeição: 22%. Nesse quesito, o senador ficou atrás apenas do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa, com 21%.

Na mesma pesquisa, o ex-presidente Lula (PT) apareceu em primeiro lugar nas intenções, com margem entre 35% e 36%, seguido de Jair Bolsonaro (PSC), com 16%; Marina Silva (Rede), com 14% e Geraldo Alckmin e João Doria, ambos do PSDB, com 8%.