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Rosinha Garotinho e Adriana Ancelmo dividem cela sem constrangimento, diz advogado

27.nov.2017 - A ex-primeira dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo (à esquerda) e ex-governadora do Estado Rosinha Garotinho (à direita) dividem cela na Cadeia Pública Frederico Marques, em Benfica - Reprodução/TV Globo
27.nov.2017 - A ex-primeira dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo (à esquerda) e ex-governadora do Estado Rosinha Garotinho (à direita) dividem cela na Cadeia Pública Frederico Marques, em Benfica Imagem: Reprodução/TV Globo

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

27/11/2017 16h33

A defesa de Rosinha Garotinho afirmou ao UOL que a ex-governadora do Rio de Janeiro e Adriana Ancelmo, ex-primeira dama durante o governo de Sérgio Cabral (PMDB), estão presas na mesma cela com outras 11 detentas na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte carioca. 

“Eu até perguntei para a Rosinha ontem, e ela não solicitou transferência. Não há nenhuma situação de constrangimento entre elas”, disse o advogado Carlos Azeredo, que trabalha para o casal Garotinho.

Isso configura um cenário bem diferente do que ocorreu com seus respectivos maridos, os ex-governadores Anthony Garotinho (PR) e Cabral, rivais políticos declarados que, até a última sexta-feira (24), estavam presos na mesma unidade prisional.

O Ministério Público do Rio chegou a pedir à Vara de Execuções Penais a transferência de Garotinho, após verificar "clima de tensão que prevalece pela coabitação de Anthony Garotinho com o ex-governador Sérgio Cabral e demais integrantes da organização criminosa da qual faz parte."

Adriana Ancelmo, que cumpria prisão domiciliar, retornou à cadeia na quinta-feira (23) por determinação do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Ela já foi condenada a 18 anos e três meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Na sexta-feira (24), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou um pedido de liberdade apresentado pela defesa da ex-primeira dama.

Rosinha Garotinho, por sua vez, foi presa na última quarta-feira (22) com o marido por suspeita de corrupção e financiamento ilegal de campanha eleitoral. A defesa entrou com um pedido de liberdade no TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio) no dia seguinte, mas ele ainda não foi julgado.

Alimentos finos

Na sexta-feira, o Ministério Público do Rio apreendeu alimentos finos nas celas de Rosinha, Adriana, Sérgio Cabral e do empresário de ônibus Jacob Barata Filho. A Promotoria afirma que esses itens são proibidos na prisão, segundo resolução da Seap (Secretaria do Estado de Administração Penitenciária).

“Só gostaria de consignar que nada do que foi encontrado na apreensão do Ministério Público pertence à Rosinha”, afirmou o advogado Azeredo.

A defesa de Adriana Ancelmo afirmou em nota que "a questão prisional de Adriana Ancelmo é de total responsabilidade da Secretaria de Administração Penitenciária".
 
O UOL também entrou contato com a filha de Rosinha e Anthony Garotinho, a deputada federal Clarissa Garotinho (PRB), mas ela afirmou que não comentaria o assunto.
 

Lesões

Antes de Garotinho ser transferido da cadeia de Benfica para o Complexo de Bangu, sua defesa afirmou que ele estava correndo risco por estar próximo a seus rivais políticos.

Em 2012, o político divulgou fotos do episódio que ficou conhecido como “Farra dos guardanapos”, ocorrido em 2009 no hotel Ritz, em Paris. O episódio mostrou a proximidade de integrantes do governo de Cabral com empresários, que mais tarde foram investigados por corrupção.

Na sexta-feira, Anthony Garotinho prestou depoimento na 21ª DP (Bonsucesso), alegando ter sido agredido com um “porrete” dentro de sua cela, por volta de 2h. 

No entanto, o Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio classificou a denúncia como “delírio” do ex-governador, alegando que se trata de uma rixa de Garotinho com rivais políticos do PMDB.

Depois do registro de boletim de ocorrência, a Seap disse que Garotinho provocou lesões em si mesmo e informou que o ex-governador do Rio seria transferido para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio.

Em nota divulgada no final de semana, a família Garotinho negou que ele seja o responsável pelas lesões e afirmou que as alegações da pasta eram um motivo para impor a ele "punições".