Ministro tucano Antonio Imbassahy pede demissão do governo
O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), articulador político de Michel Temer (PMDB), pediu exoneração do cargo ao presidente nesta sexta-feira (8), informou a Secretaria Especial de Comunicação Social do Planalto.
O pedido de demissão ocorre um dia antes da convenção nacional do PSDB, que deve formalizar o desembarque do partido do governo.
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O nome do substituto de Imbassahy ainda não foi divulgado e, segundo a Presidência, a questão será tratada posteriormente.
O pedido foi formalizado por meio de carta escrita ao presidente e entregue em São Paulo, onde ambos participaram de agendas públicas nesta sexta.
No texto, o agora ex-ministro afirma que ter feito parte do governo Temer foi uma “honra” e atuar na articulação política em um período de “radicalização pós-impeachment” com divisões partidárias e dificuldades econômicas foi “um grande desafio”.
Ao longo da carta, Imbassahy cita o que considera “proposições relevantes e transformadoras” aprovadas pelo Congresso Nacional, como as reformas trabalhistas e do ensino médio. Ele então ressalta a necessidade de apoio para a aprovação da reforma da Previdência visando a sustentabilidade do sistema às próximas gerações.
“Trabalhei sempre com o foco em manter a estabilidade política do país, por acreditar que, sem ela, avanços necessários não são possíveis, e com a esperança de estar contribuindo para um futuro melhor para os brasileiros”, afirmou.
Imbassahy ainda elogia Michel Temer dizendo que “tenacidade e obstinação não lhe faltaram” e que assistiu a “momentos de sofrimento por ataques virulentos que recebeu e a sua implacável resistência sempre pensando no melhor para o país”.
Logo após oficializar a exoneração de Imbassahy, a Presidência também divulgou carta de Temer em resposta ao pedido. No texto, o presidente disse ser grato pelo o que o tucano fez pelo governo e pelo país.
“Os momentos difíceis a que você alude na carta foram enfrentados todos por mim, mas com seu apoio permanente. A sua ponderação, o seu equilíbrio e a sua firmeza foram fundamentais para que não só atravessássemos momentos delicados, mas especialmente porque o Brasil não parou. Eu, o Governo e o País devemos muito a você”, escreveu.
“O meu prazer por tê-lo tido como companheiro de jornada foi duplo: primeiro, pelas razões a que já aludi, mas em segundo lugar, e não menos importante, pela amizade fraternal que surgiu ao longo desse fértil período de convivência. Sei que, no Parlamento, continuará a defender os interesses do Brasil”, acrescentou, ao se despedir com um “fraterno abraço”.
Para que Imbassahy continuasse como ministro, ele chegou a ser cogitado para o Ministério da Transparência, atualmente comandado por um interino desde a saída do atual ministro da Justiça, Torquato Jardim, e para o Ministério dos Direitos Humanos, comandado pela tucana Luislinda Valois – que já causou desgastes ao governo ao defender acumular salários além do teto constitucional. No entanto, ele rejeitou as propostas e voltará a exercer o mandato de deputado federal.
Em novembro, a demissão de Imbassahy já estava sendo cogitada. O Palácio do Planalto chegou a publicar, por engano, no seu perfil oficial no Twitter um aviso de que o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) iria tomar posse como ministro da Secretaria de Governo junto ao novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido-GO). Segundo a Secretaria de Gabinete Digital, responsável pela atividade, o erro foi cometido por um funcionário terceirizado da agência de publicidade Isobar.
Baldy foi uma indicação direta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e conta com o apoio do centrão – partidos heterogêneos e de espectro ideológico menos definido. Parte do centrão também apoiou a indicação de Marun no lugar de Imbassahy. A troca seria feita para tentar conseguir um maior apoio à reforma da Previdência dos deputados. A matéria deve ser posta em votação no plenário da Casa entre os dias 19 e 22 de dezembro, última semana antes do recesso parlamentar.
PSDB já deixou governo, diz Padilha
No último dia 28 de novembro, o pré-candidato do PSDB à Presidência, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, afirmou que o partido desembarcará da base aliada assim que ele assumir o comando da sigla, previsto para acontecer na convenção nacional neste sábado (9).
No dia seguinte, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que os tucanos não estão mais na base de sustentação. “O PSDB não está mais na base de sustentação do governo”, declarou, ao acrescentar que não há constrangimento nem incompatibilidade se Temer decidir manter os ministros citados.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que a saída de Imbassahy “demorou demais”, mas “antes tarde do que nunca”. Segundo Tasso, a exoneração não deve “mudar o clima” da convenção do partido nesta sexta.
“[A partir de amanhã] nós não somos mais base do governo. Acho que o Geraldo Alckmin vai anunciar isso, mas somos sim a favor de aprovar as reformas independentemente de cargos ou de verbas”, falou.
O PSDB conta com 46 deputados federais e 11 senadores e é a terceira maior bancada partidária no Congresso Nacional.
Até hoje, o PSDB contava com três ministros do partido: Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Luislinda Valois (Direitos Humanos). O ex-ministro tucano das Cidades, Bruno Araújo, pediu demissão em 13 de novembro alegando não ter mais apoio da sigla para continuar no cargo.
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