Planalto posta aviso de posse de Marun na Secretaria de Governo por engano
O Palácio do Planalto publicou por engano no seu perfil oficial no Twitter um aviso de que o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) iria tomar posse como ministro da Secretaria de Governo junto ao novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido-GO). A mensagem foi publicada às 16h51 desta quarta-feira (22), nove minutos antes do horário marcado para a solenidade na sede do Executivo em Brasília.
Segundo a Secretaria de Gabinete Digital, responsável pela atividade, o erro foi cometido por um funcionário terceirizado da agência de publicidade Isobar. A empresa é contratada pelo governo junto a outras duas agências para cuidar das redes sociais.
Ainda de acordo com o Planalto, a postagem foi imediatamente apagada após a verificação do equívoco. Tanto o funcionário quanto a Isobar foram advertidos.
Já informação sobre a posse do deputado federal Alexandre Baldy (sem partido-GO) como ministro das Cidades estava correta.
Imbassahy fica, diz Planalto
O presidente Michel Temer informou ao ministro da Segov (Secretaria de Governo), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que, por enquanto, ele continua no cargo.
Nos bastidores, alguns assessores do Planalto davam como certa a nomeação de um dos integrantes da tropa de choque de Temer, deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), como o novo ministro da Secretaria de Governo ainda nesta quarta. Ele substituiria Imbassahy no cargo, e este retomaria o mandato na Câmara dos Deputados. A saída do tucano era encampada por partidos como PMDB e do centrão.
Marun surgiu como um nome consensual no PMDB após semanas de discussões internas e teria sido apresentado em definitivo a Temer na segunda (20) pelo líder da bancada na Câmara, Baleia Rossi (SP). O partido reivindica mais espaço no governo por ser a sigla do próprio presidente e ter o apoiado durante as reformas propostas e as rejeições das denúncias apresentadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
No início da tarde, nos bastidores, assessores no Planalto chegaram a confirmar a posse de Marun junto à do novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido-GO), que foi marcada para as 17h. A nomeação de Marun sairia em edição extra do Diário Oficial da União até o horário.
No entanto, há assessores de Temer que negam essa versão da “oferta oficial” do nome de Marun e afirmam que nunca houve uma definição de mudança.
“O PMDB se precipitou ou entendeu errado. O Temer não vai fazer isso sob pressão e na correria. As conversas vão continuar, sendo o nome do Marun realmente o mais consensual. O Imbassahy continua como ministro até as coisas se resolverem”, afirmou um interlocutor.
Segundo um aliado de Temer, Marun ainda será nomeado, mas a oficialização deve acontecer somente após a votação da reforma da Previdência. “Alguns colegas foram apressados e queriam tudo hoje. Por enquanto, ele vai se preparando”, afirmou.
Entre os fatores a serem levados em conta por Temer e equipe são a permanência do PSDB na base aliada com vistas a aprovar a reforma da Previdência na Câmara ainda neste ano. Pela manhã, Temer se encontrou com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no Palácio do Jaburu para tratar do assunto. Na conversa, Aécio também teria defendido a permanência de Imbassahy na função.
Por sua vez, a recomendação do PSDB nesta quarta para que os parlamentares tucanos votem a favor da reforma da Previdência, apesar de não terem fechado assunto sobre a matéria, deixou o Planalto satisfeito.
“Pelo menos foi uma sinalização de que a maioria do partido escolheu apoiar a reforma e votará junto com o governo. Não podemos tirar o Imbassahy agora e brigar com o PSDB”, afirmou um assessor. Porém, ainda há a possibilidade de que o partido desembarque do governo na convenção nacional marcada para 9 de dezembro.
Outro fator que pesa pela manutenção de Imbassahy é a proximidade criada entre ele e Temer. O presidente considera o tucano um amigo pessoal e ótimo articulador político. Isso porque Imbassahy reverteu votos pela rejeição das denúncias da PGR no plenário da Câmara e ajudou a segurar o PSDB na base do governo em meio à crise interna da sigla.
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