Ministra Luislinda Valois pede desfiliação do PSDB e quer continuar no cargo
A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, pediu desfiliação do PSDB nesta quinta-feira (14), informaram a pasta e o partido. O ministério afirmou que a titular não vai se manifestar sobre os motivos da saída da sigla. A carta entregue ao PSDB comunicando a decisão teria sido sucinta e objetiva.
Segundo interlocutores disseram ao UOL, ela pretende continuar no cargo e, inclusive, já começou a sondar uma possível migração para o PMDB. A permanência de Luislinda na pasta era contestada pelos tucanos, posto que o partido está dividido entre apoiar ou não o governo do presidente Michel Temer (PMDB).
A ministra também atraiu para si atenção negativa após pedido para acumular remunerações além do teto salarial. Ela queria receber, ao todo, R$ 61,4 mil somando a aposentadoria bruta de R$ 30.471,10 com o salário mensal de R$ 30.934,70. Por causa da regra do abate do teto, atualmente ela recebe R$ 33.700. O valor é o mesmo do salário bruto de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), sem incluir auxílios e outros benefícios. Após a repercussão, ela voltou atrás no pedido.
Luislinda já declarou ser "preta, pobre e da periferia" e chegou a comparar a situação de seus vencimentos ao “trabalho escravo”. Segundo reportagem da revista “IstoÉ”, a ministra é proprietária de residência de luxo em Camaçari, na Bahia, e outros dois apartamentos em Salvador e Curitiba, no Paraná.
Nesta segunda-feira (11), a Comissão de Ética Pública da Presidência informou que Luislinda devolveu R$ 13,4 mil à União por ter recebido diárias além de dias trabalhados em viagens a Israel, Feira de Santana e Salvador. Com a devolução, o colegiado decidiu encerrar o processo aberto contra ela.
A permanência de Luislinda à frente dos Direitos Humanos ainda é incerta. Um fator que pesa a seu favor, porém, é a falta de interesse na pasta. Segundo assessores do governo, nomes sondados recusaram o posto pela pouca expressão do ministério na Esplanada e pela verba limitada. O ideal para o Planalto é também que o substituto não pense em se candidatar nas eleições do ano que vem. Caso contrário, precisará sair do cargo em abril e, Temer, arranjar um terceiro nome.
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