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Propaganda sobre Previdência teve impacto na avaliação do governo, diz CNI

O presidente Michel Temer durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília - Adriano Machado -19.dez.2017/Reuters
O presidente Michel Temer durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília Imagem: Adriano Machado -19.dez.2017/Reuters

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

20/12/2017 12h12Atualizada em 20/12/2017 12h37

A mudança no foco da campanha publicitária do governo federal sobre a reforma da Previdência foi um dos fatores que contribuíram para a "leve melhora" na aprovação da gestão do presidente Michel Temer (PMDB), apontada em pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgada nesta quarta-feira (20).

A opinião é do gerente executivo de pesquisa e competitividade da CNI, Renato da Fonseca, que destacou a percepção dos entrevistados do noticiário sobre o governo como justificativa para a oscilação na avaliação positiva.

Segundo o levantamento, 74% consideram o governo Temer ruim ou péssimo. No último levantamento do Ibope, de setembro, 77% reprovaram a gestão do peemedebista. Outros 6% avaliam o governo Temer como ótimo ou bom. Há três meses, esse percentual era de 3%.

Entre setembro e dezembro, o percentual da população que considera as notícias "mais desfavoráveis" caiu de 68% para 56%. "A maioria da população ainda acha que as notícias sobre o governo são desfavoráveis, mas houve uma redução significativa", declarou Fonseca.

No levantamento anterior, por exemplo, 23% dos consultados mencionaram notícias sobre corrupção no governo, sem especificá-las. Em dezembro, esse índice caiu para 12%.

Já a reforma da Previdência, lembrada por 2% em setembro, passou a ser citada por 19% dos entrevistados no atual levantamento.

"Provavelmente todo o debate da reforma, com essa mudança de campanha do governo, mostrando que não tem mudança nas pessoas que já estão próximas de se aposentar, podem ter também afetado essa avaliação", afirmou Fonseca, destacando que, dentre as pessoas com 55 anos ou mais de idade, o percentual de ótimo ou bom cresceu de 4% para 10% entre setembro e dezembro.

Ainda de acordo com a pesquisa, 19% dos entrevistados consideram o governo regular, ante 16% na pesquisa de setembro.

O percentual dos entrevistados que disseram não saber avaliar o governo ou não quiseram responder foi de 2%, um ponto percentual a menos que na última pesquisa.

O Ibope ouviu 2.000 pessoas em 127 municípios de 7 a 10 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Esta foi a primeira pesquisa realizada pelo Ibope depois que a Câmara dos Deputados rejeitou a segunda denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente.