Topo

Haddad critica ação de delegado da PF e diz que não há indícios de crime

Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad - Rodrigo Souto/UOL
Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad Imagem: Rodrigo Souto/UOL

Mirthyani Bezerra e Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

15/01/2018 12h43Atualizada em 15/01/2018 12h43

Indiciado nesta segunda-feira (15) sob suspeita de caixa 2 na campanha de 2012, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT-SP) criticou o delegado da Polícia Federal João Luiz de Moraes Rosa, responsável pelas investigações da operação “Cifra Oculta”, realizada em julho do ano passado. O petista afirmou por meio de nota que o indiciamento foi “discricionário" e desconsiderou depoimentos e provas.

"Não há o mínimo indício de qualquer participação de Fernando Haddad nos atos descritos por um colaborador sem credibilidade, cujas declarações já foram colocadas sob suspeita em outros casos", diz. Haddad afirmou esperar que a ação seja bloqueada pela Justiça.

O indiciamento de Haddad e outras cinco pessoas foi feito em 4 de janeiro e encaminhado à Justiça Eleitoral. A investigação apura crimes eleitorais e de lavagem de dinheiro relacionados à campanha de Haddad em 2012 para a Prefeitura de São Paulo, quando ele foi eleito.

"O uso descuidado do indiciamento sem elementos concretos de prova banaliza o instituto que deveria ser reservado para situações em que ao menos haja indício de envolvimento de alguém em atos ilícitos", diz o ex-prefeito em nota.

Há a suspeita de que a gráfica pertencente ao ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza (PT), conhecido como "Chicão" ou "Chico Gordo" --que também foi indiciado pela PF -- tenha recebido R$ 2,6 milhões em propina da Petrobras, pagas pela empreiteira UTC como pagamento de dívidas de campanha do petista.

Em nota, Haddad afirma que o delegado João Luiz de Moraes Rosa desconsiderou o depoimento de Chicão, que negou ter recebido recursos da UTC.

Haddad também mencionou a suspensão da obra que estava sendo realizada pela empreiteira em 2013. “O delegado também desconsiderou as provas apresentadas que atestam a suspensão da única obra da UTC na cidade, o túnel da avenida Roberto Marinho, em fevereiro de 2013, data anterior, portanto, ao suposto pagamento”, diz.

“Da mesma forma que outras ações do delegado João Luiz de Moraes Rosa foram bloqueadas pela Justiça, temos a confiança que esta terá o mesmo destino”, conclui o texto.

Além de Haddad, também foram indiciados o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o coordenador da campanha, o ex-vereador Chico Macena, ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza , além de três pessoas ligadas à gráfica LWC e Cândido & Oliveira Gráfica Ltda.: Zuleika Lopes Maranhão de Souza, ex-mulher do ex-deputado, Gilberto Quirino de Souza, irmão do ex-deputado, e Ronaldo Cândido de Jesus, todos sócios da empresa.