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Richa nega proximidade com assessor investigado na Lava Jato e determina investigação

Richa afastou o assessor político da Casa Civil, alvo da Lava Jato - Aniele Nascimento - 3.nov.2016/Gazeta do Povo/Folhapress
Richa afastou o assessor político da Casa Civil, alvo da Lava Jato Imagem: Aniele Nascimento - 3.nov.2016/Gazeta do Povo/Folhapress

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

22/02/2018 13h01Atualizada em 23/02/2018 13h02

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), anunciou nesta quinta-feira (22) que afastou o assessor político da Casa Civil envolvido na 48ª fase da Operação Lava Jato até a "apuração completa dos fatos". Em uma nota, Richa negou que Carlos Nasser tivesse ligação com o seu gabinete e disse que ele ocupava um cargo de “terceiro escalão” na secretaria da Casa Civil.

Nasser ocupava o cargo desde 2013 e é tido como homem de confiança de Richa. A força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) da Lava Jato chegou a pedir a prisão de Nasser, mas o juiz federal Sergio Moro negou a solicitação em função da “elevada idade” do assessor, de 78 anos.

O juiz, porém, deixou em aberto um eventual pedido de prisão no futuro. Contra Nasser foi expedido mandado de busca e apreensão.

Na nota, Richa diz ter determinado a abertura de um processo de investigação na Controladoria Geral do Estado a respeito das fraudes apontadas pela Lava Jato. O governador determinou que haja uma resposta em até 90 dias.

Nesta quinta-feira (22), a Lava Jato cumpriu mandados contra a concessionária Econorte, que opera estradas estaduais e federais no Paraná, e órgãos públicos.

Seis pessoas, incluindo o diretor-geral do DER (Departamento de Estradas e Rodagens) paranaense, foram presas. O esquema envolveria o desvio de ao menos R$ 63 milhões. O valor é derivado do pagamento de tarifas de pedágio no Estado.

O governador diz que os contratos das rodovias foram conduzidos pelo DER e submetidos à Agepar (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná). Richa ressaltou que os contratos são de 1997. Ele assumiu o governo do Estado em 2011, mas a concessão se encerra em 2021.

O grupo Triunfo, que controla a Econorte, disse, em nota divulgada na sexta-feira (23), que “sempre contribuiu de forma transparente com todas as autoridades e segue à disposição para prestar os esclarecimentos necessários”.

Sobre o valor da tarifa de pedágio, a empresa apontou que ele “leva em consideração o atraso no reajuste de pedágio e a isenção para mais de 20 mil usuários nas praças de pedágio”.