Relator de inquérito dos portos, Barroso não comparece a evento com Temer
Apesar de ter confirmado a presença em um evento em comemoração aos 25 anos da AGU (Advocacia-Geral da União) na agenda oficial nesta quarta-feira (7), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso não compareceu à solenidade, que contou com a presença do presidente Michel Temer (MDB).
Procurado pela reportagem do UOL, o gabinete do ministro respondeu que ele "teve um imprevisto de ordem pessoal".
Nesta semana, Barroso, que é relator do inquérito que investiga supostas irregularidades em um decreto portuário, determinou a quebra do sigilo de Temer. Ele também mandou apurar como a defesa do presidente supostamente conseguiu acesso a informações sigilosas. Mais cedo nesta quarta, a defesa de Temer negou ao ministro que tenha tido acesso privilegiado.
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, e alguns dos colegas de Corte de Barroso – Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Luiz Fux – compareceram à cerimônia.
O evento da AGU contou com a presença ainda de Grace Mendonça (AGU), Eliseu Padilha (Casa Civil), Torquato Jardim (Justiça), Raul Jungmann (Segurança Pública), José Sarney (ex-presidente da República), Laurita Vaz (STJ), Raimundo Carreiro (TCU), general Eduardo Villas Bôas (Exército) e Cláudio Lamachia (OAB).
Em seu discurso, Temer não fez menções a processos de qualquer natureza. Ele deteve-se em afirmar que o advogado é indispensável para a administração da Justiça e lembrou as atividades da área desde a Idade Média. O presidente teceu elogios à AGU, Grace Mendonça, defendeu a separação entre os Poderes e ressaltou a necessidade da instituição em fazer pareceres para a União pautados pela legalidade e constitucionalidade.
Grace Mendonça criticou a judicialização excessiva e falou que a AGU busca servir como conciliadora junto à sociedade. Ela também ressaltou a importância da instituição e da carreira da advocacia pública.
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, elogiou a atuação da AGU e disse que não existe justiça sem a advocacia pública. Ela lembrou histórias da carreira e, em determinado momento, falou defender o Estado de Direito, assim como Michel Temer.
Ela brincou ter “pena” de si mesma por não ter mais 25 anos e disse que gostaria de voltar a ter a idade, mas “tendo vivido o que vivi”. “Não tenho pretensão de deixar barato esse tempo que ainda tenho para viver”, disse.
Lembrando o Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta (8), criticou se viver em uma sociedade em que homens ficam “maduros” e mulheres “envelhecem mesmo”. No palco do evento, estavam sentados 12 homens e três mulheres, incluindo a própria Cármen Lúcia. Grace Mendonça é a única ministra do governo Temer.
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