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Defesa de Temer nega ter tido acesso a vazamento de informações de processos do STF

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

07/03/2018 16h01Atualizada em 07/03/2018 18h31

A defesa do presidente Michel Temer (MDB) negou nesta quarta-feira (7) ter tido acesso a vazamento de informações sigilosas de processos do STF (Supremo Tribunal Federal).

Ontem, o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou que seja investigado o suposto vazamento para a defesa do presidente de informações sobre a decisão dele de determinar a quebra do sigilo bancário do presidente.

Em decisão desta terça-feira, Barroso afirma que, ao pedir acesso à decisão de quebra do sigilo, a defesa de Temer fez referências a dados do processo que são sigilosos e não deveriam ser conhecidos pela defesa neste momento.

Em documento enviado ao ministro, o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Temer, afirma que todos os dados obtidos pela equipe do presidente foram conseguidos com base em informações públicas no sistema do tribunal, como o site do Supremo e DJE (Diário da Justiça Eletrônico), além de citar reportagens da imprensa.

“Nem ele [Temer], tampouco a sua defesa, teve acesso a ‘procedimentos de investigação absolutamente sigilosos’", escreveu Mariz. "Não houve nenhum vazamento de informações consideradas sigilosas”, complementou.

Segundo a defesa do presidente, os advogados de Temer tentaram buscar informações no site e no sistema do STF após serem informados pela imprensa sobre o fato.

A determinação da quebra do sigilo bancário de Temer foi autorizada por Barroso com base em pedido da Polícia Federal e abrange o período de 2013 a 2017.

Mariz pediu acesso a todas as informações do processo. "Reitera-se o pedido de vista ao procedimento que determinou a quebra do sigilo bancário ou eventual outra medida restritiva que tenha sido decretada em seu desfavor", afirmou o advogado.

Neste inquérito, o presidente é investigado por suspeitas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A investigação tem o objetivo de descobrir se ele recebeu propina para beneficiar empresas do setor portuário.

Após ser tornada pública a decisão sobre a quebra do sigilo, revelada pela revista "Veja", o Planalto informou que Temer irá tornar públicos seus extratos bancários e dará acesso à imprensa aos documentos.

A defesa do presidente tem negado qualquer irregularidade.