Lance único em leilão leva tríplex atribuído a Lula por R$ 2,2 milhões
Pivô do processo que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prisão, o tríplex 164-A do edifício Solaris, no balneário paulista de Guarujá, foi vendido nesta terça-feira (15) por R$ 2,2 milhões após um leilão pela internet.
A compra do imóvel aconteceu por meio de um lance único pelo valor mínimo, dado cinco minutos antes do fim do leilão, que ocorreu às 14h desta terça-feira.
Pelo site, é possível saber que a pessoa que deu o lance vencedor é de Brasília, mas o nome do comprador ou compradora ainda é desconhecido.
Além dos R$ 2,2 milhões que serão pagos pelo tríplex, o vencedor do leilão desembolsará R$ 110 mil (equivalente a 5% do valor do lance) como comissão da casa de leilão.
Lance cancelado
No dia anterior, um lance no mesmo valor foi feito por uma pessoa de Piracicaba (SP), mas a oferta foi cancelada.
Segundo o leiloeiro Afonso Marangoni, o lance foi cancelado porque seu autor disse que cometeu um erro e procurou a casa de leilões para se justificar. "A pessoa que deu o lance não é acostumada a lidar com leilão pela internet", disse.
Tríplex tem dívida de 150 mil
Além de ficar com o imóvel, o novo dono deverá arcar com dívidas de condomínio, de mais de R$ 47 mil, além de eventuais encargos de luz e gás. Já as dívidas de IPTU, que segundo a prefeitura de Guarujá somam R$ 102,9 mil, serão pagas por sub-rogação –ou seja, serão deduzidas do valor arrematado.
No entanto, de acordo com o advogado Léo Rosenbaum, que atua na área de leilões judiciais de imóveis, o comprador poderá solicitar nos autos do processo que as dívidas de condomínio também sejam pagas por sub-rogação. “O edital não prevê isso, mas pode ser solicitado”, afirmou o advogado.
O dinheiro da venda será destinado a ressarcir a Petrobras. O valor de R$ 2,2 milhões é o da avaliação judicial do tríplex, que tem uma área total de 297 m², com quatro quartos, churrasqueira e piscina, e fica na praia das Astúrias.
"Existe um elevador que integra os três andares, sendo que não foi possível verificar seu funcionamento visto que a luz da unidade não está ligada", diz a descrição do imóvel no site do leilão, que recebeu cerca de 55 mil visitas.
Após a prisão de Lula, em abril, o tríplex chegou a ser invadido por algumas horas por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).
O tríplex está em nome da construtora OAS, que teria reformado e oferecido o imóvel como propina para Lula como parte de um esquema de corrupção na Petrobras. A vantagem indevida representada pelo tríplex e suas reformas totalizaria R$ 2,2 milhões, segundo a acusação.
O ex-presidente foi condenado em duas instâncias pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e cumpre uma pena de 12 anos e um mês de prisão. A defesa de Lula nega que haja provas dos crimes atribuídos ao petista.
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