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Durante isolamento na Papuda, Geddel recusou refeições e banho de sol

Pedro Ladeira/Folhapress
Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

10/07/2018 12h33

No período em que foi mantido em isolamento no presídio da Papuda, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) se recusou a receber parte das quatro refeições diárias fornecidas aos presos e também não saiu para o banho de sol diário a que tem direito.

O ex-ministro estaria aceitando apenas os alimentos do café da manhã e da ceia, que correspondem a dois pães, sendo um deles recheado, um achocolatado e um suco.

A informação consta de decisão da juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, na qual a magistrada afirma não ver riscos no isolamento à saúde de Geddel. A decisão é do dia 2 de julho.

O ex-ministro foi transferido para uma cela isolada no último dia 26 por ter supostamente xingado um agente penitenciário após a realização de uma vistoria em sua cela.

A pena disciplinar foi imposta pelo prazo de dez dias e o ex-ministro já retornou à sua cela.

Na decisão, a juíza informa que, segundo a direção da Papuda, Geddel vem se comportando de forma "indisciplinada" e insiste em ter acesso à cantina da cadeia, o que fica proibido durante o período de isolamento.

Dois dias após ser enviado para o isolamento, Geddel foi submetido a atendimento psiquiátrico, que constatou que o ex-ministro estava "bem psiquicamente", porém "um pouco irritado e impulsivo, o que é compatível com o período de mudança da medicação antidepressiva", diz transcrição do laudo, reproduzida na decisão.

Na decisão, a juíza também autoriza que Geddel possa ser levado a um hospital para atendimento caso haja complicações de saúde.

Geddel foi preso preventivamente no curso das investigações que encontraram o equivalente a R$ 51 milhões num apartamento em Salvador.

Em maio, o STF transformou o ex-ministro em réu sob a acusação dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. O irmão de Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) também se tornou réu no processo.

O advogado Gamil Föppel, defensor do ex-ministro, afirmou que o dinheiro no apartamento não é de Geddel e que a denúncia seria "insustentável" pois não descreveu os crimes aos quais estaria ligada a suposta lavagem de dinheiro e organização criminosa.