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MPF recorre de absolvição de Geddel por obstrução de Justiça

Ueslei Marcelino - 22.nov.2016/Reuters
Imagem: Ueslei Marcelino - 22.nov.2016/Reuters

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

10/07/2018 18h25

O MPF (Ministério Público Federal) apresentou recurso, nesta terça-feira (10), contra decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça de Brasília, que absolveu o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MBD-BA) da acusação de obstrução de Justiça.

Neste processo, Geddel respondeu por supostas tentativas de atrapalhar as investigações de outro caso, que apura um esquema de cobrança de propina em troca de liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal a empresários.

Em agosto de 2017, Geddel foi acusado pelo MPF de tentar constranger o empresário Lúcio Funaro para que ele não firmasse um acordo de delação premiada.

Segundo o Ministério Público, Geddel efetuou ligações telefônicas para a mulher de Funaro, Raquel Pita, com a intenção de monitorá-lo para persuadi-lo a não colaborar com as investigações.

Os procuradores pediam que o ex-ministro fosse condenado a 7 anos de prisão.

O juiz Vallisney Oliveira afirmou que, em juízo, Raquel Pita disse que Geddel não a coagiu em nenhum momento e acrescentou que as ligações do ex-ministro sempre foram em relação à amizade e proximidade do seu marido com Geddel.

Oliveira disse ainda que não há provas de que as ligações telefônicas de Geddel para Raquel Pitta tivessem como objetivo influenciar Funaro a não colaborar com as investigações ou dissuadi-lo a não confessar fatos envolvendo o ex-ministro.

"Não há prova de que os telefonemas tenham consistido em monitoramento de organização criminosa, tampouco de que ao mandar um abraço para Funaro, nos telefonemas dados a Raquel, o acusado Geddel, de maneira furtiva, indireta ou subliminar, mandava-lhe recados para atender ou obedecer à organização criminosa", afirmou Oliveira.