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Por causa da eleição, Moro adia para novembro interrogatório de Lula no caso do sítio

Lula foi interrogado pela última vez por Moro em setembro do ano passado - Reprodução - 13.set.2017/Justiça Federal
Lula foi interrogado pela última vez por Moro em setembro do ano passado Imagem: Reprodução - 13.set.2017/Justiça Federal

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

15/08/2018 12h42Atualizada em 15/08/2018 21h00

O juiz federal Sergio Moro passou de setembro para novembro o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do sítio de Atibaia. Moro alegou que a data inicial, 11 de setembro, coincide com o período de campanha eleitoral. Lula, agora, encontrará o juiz em 14 de novembro.

Apesar de inelegível pela condenação no processo do tríplex --confirmada pela segunda instância--, Lula deve registrar nesta quarta (15) sua candidatura ao Planalto. “A fim de evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios, seja qual for a perspectiva, reputo oportuno redesignar as audiências”, diz o juiz.

Moro diz que “um dos acusados foi condenado por corrupção e lavagem” e “encontra-se preso por ordem do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo a medida sido mantida pelos Tribunais Superiores”. “Apesar disso, o acusado apresenta-se como candidato à Presidência da República”.

O magistrado também alegou que está com diversas ações penais "com acusados presos preventivamente e que ainda não foram julgadas". Ele diz que a mudança nas datas "permitirá que o Juízo foque esforços nessas ações que, por lei, têm preferência na tramitação".

Em nota, a defesa de Lula disse que “um processo criminal jamais poderia ter seus atos orientados pelo calendário eleitoral". "A mudança das datas dos depoimentos, porém, mostra que a questão eleitoral sempre esteve e está presente nas ações contra o ex-presidente Lula que tramitam em Curitiba".

Lula já foi interrogado em duas oportunidades por Moro. A primeira, em maio do ano passado, foi no âmbito do processo do tríplex, pelo qual o ex-presidente foi condenado e cumpre sua pena na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba.

Em setembro de 2017, Lula foi a Curitiba para ser interrogado no processo que apura o recebimento de vantagens indevidas pelo ex-presidente com um terreno para o Instituto Lula e o aluguel de um apartamento vizinho ao em que ele vivia em São Bernardo do Campo (SP). Essa ação ainda tramita na Justiça Federal no Paraná.

Lula será interrogado fora da PF

Após ter marcado o interrogatório de Lula pela primeira vez, Moro havia expedido um ofício para que a PF tomasse as “providências necessárias para a realização de escolta” de Lula para a sede da Justiça Federal na capital paranaense, onde será realizado o interrogatório. O pedido de Moro à PF foi reforçado nesta quarta-feira (15).

Essa deverá ser a primeira vez em que o ex-presidente irá deixar a sede da PF desde que foi preso, em 7 de abril.

Desde que foi preso, Lula só teve uma aparição pública, em 5 de junho, em depoimento como testemunha de defesa do ex-governador Sergio Cabral. O encontro, feito por videoconferência direto da PF, foi marcado por piadas.

No processo do sítio, é investigado se Lula recebeu cerca de R$ 1 milhão das empresas Odebrecht, OAS e Schahin por meio de obras feitas na propriedade, que era frequentada por ele e sua família. O MPF (Ministério Público Federal) diz que o sítio, registrado em nome de outras pessoas, pertence, na verdade, ao ex-presidente. A defesa de Lula nega.

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