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Bolsonaro anuncia metade dos seus ministros, nenhum deles do Norte-Nordeste

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

18/11/2018 18h18

Com quase metade do número de ministros do futuro governo anunciado, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), confirmou até o momento sete escolhidos que nasceram no eixo Sul-Sudeste e uma no Centro-Oeste, deixando nordestinos e nortistas de fora do primeiro escalão do governo.

Embora tenha prometido na campanha que reduziria a quantidade de pastas para 15 --hoje, 29 têm status de ministério--, nas últimas semanas Bolsonaro já admitiu que poderá ter até 18 ministros no seu governo.

Dois dos oito anunciados desde a vitória das urnas nasceram no Rio de Janeiro, cidade em que o presidente eleito mora com a família. São eles o investidor Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, e o general da reserva do Exército Fernando Azevedo e Silva, que chefiará a Defesa.

Nascido em Bauru, no interior de São Paulo, o astronauta e tenente-coronel da reserva da Aeronáutica, Marcos Pontes, vai comandar a pasta da Ciência e Tecnologia. O próprio Bolsonaro também nasceu no estado, no município de Glicério, mas foi registrado pelos pais em Campinas.

Veja as origens dos ministros já confirmados por Bolsonaro:

  • [Economia] Paulo Guedes - Rio de Janeiro (RJ)
  • [Defesa] Fernando Azevedo e Silva - Rio de Janeiro (RJ)
  • [Ciência e Tecnologia] Marcos Pontes - Bauru (SP)
  • [Casa Civil] Onyx Lorenzoni - Porto Alegre (RS)
  • [Justiça e Segurança Pública] - Sergio Moro - Maringá (PR)
  • [Gabinete de Segurança Institucional] Augusto Heleno - Curitiba (PR)
  • [Relações Exteriores] Ernesto Araújo - Porto Alegre (RS)
  • [Agricultura] Tereza Cristina - Campo Grande (MS)

A região Sul é a que tem mais anunciados até o momento: dois do Rio Grande do Sul, e dois do Paraná. Os gaúchos são o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ministro extraordinário da transição e confirmado na Casa Civil do governo Bolsonaro, e o embaixador Ernesto Araújo, futuro chanceler do Itamaraty.

Quem também nasceu na capital sul-rio-grandense foi o vice-presidente eleito, Antônio Hamilton Martins Mourão (PRTB), que é general da reserva do Exército.

Do Paraná, vieram o juiz federal Sergio Moro, nascido em Maringá, no interior do estado, e o também general da reserva do Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira, de Curitiba, que vai assumir o GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

A única mulher anunciada até o momento no primeiro escalão do governo Bolsonaro é também a única oriunda do Centro-Oeste, mais precisamente de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul: a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS).

O presidente eleito afirmou que pretende anunciar todo o ministério até o fim do mês. Um dos nomes cotados é o do senador Magno Malta (PR-ES), que apesar de ter feito carreira política no Espírito Santo, nasceu na Bahia.

Malta foi convidado para ser vice de Bolsonaro, mas acabou decidindo concorrer à reeleição. Ficou em terceiro e não conseguiu continuar no Senado.

Resultado das urnas

O presidente eleito só perdeu o segundo turno das eleições em estados das duas regiões até agora sem indicações para ministérios. No Nordeste, ele foi derrotado pelo candidato do PT, Fernando Haddad, nos nove estados. O resultado na região foi de 69,7% dos votos válidos para o petista e de 30,3% para Bolsonaro.

Já no Norte, o presidente eleito venceu em cinco dos sete estados, perdendo no mais populoso, Pará, e no Tocantins. No geral, ele venceu por placar apertado: 51,9% a 48,1%.

No Sul (68,3% a 31,7%), Sudeste (65,4% a 34,6%) e Centro-Oeste (66,5% a 33,5%), por outro lado, a vitória de Bolsonaro foi elástica.

Idades

Dos oito ministros, cinco tem mais de 60 anos --Onyx Lorenzoni, 64, Tereza Cristina, 64, Fernando Azevedo e Silva, 64, Paulo Guedes, 69, e Augusto Heleno, 71, o mais velho do grupo.

O mais novo é Sergio Moro, que tem 46 anos. Em seguida, aparecem Ernesto Araújo, 51, que foi apresentado como "um jovem" por Bolsonaro, e Marcos Pontes, 55.

Até este domingo (18), a média etária dos futuros ministros era de aproximadamente 60 anos --sem contar os meses e dias vividos por eles.

Nascido em 21 de março de 1955, o presidente eleito tem 63 anos. Seu vice, Mourão tem dois anos a mais.