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Emocionado, Bolsonaro é diplomado presidente pela Justiça Eleitoral

Ana Carla Bermúdez, Felipe Amorim e Gustavo Maia

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

10/12/2018 16h41Atualizada em 18/12/2018 13h37

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) realizou nesta segunda-feira (10) a cerimônia de diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB). No evento, foram entregues os diplomas, documentos assinados pela presidente do TSE, ministra Rosa Weber, atestando o resultado das eleições. O ato permite que os eleitos tomem posse no cargo.

Durante a execução do Hino Nacional, Bolsonaro não cantou, mas se emocionou. Ele enxugou as lágrimas ao receber de Rosa o diploma confirmando sua eleição.

Em seu discurso, Bolsonaro agradeceu o apoio da família e de aliados, disse que a eleição marcou o início de um "novo tempo" e firmou um compromisso "de amor à pátria e compromisso de um presente de paz e futuro mais próspero".

Quero agradecer a Deus por estar vivo, e também agradecer a Deus por essa missão à frente do Executivo. Tenho certeza que, ao lado dele, venceremos os obstáculos
Presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL)

Em seguida, Rosa Weber também fez um pronunciamento em que referendou a soberania do voto popular que elegeu Bolsonaro e Mourão. A ministra, no entanto, gastou grande parte do tempo de seu discurso para fazer uma defesa da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que nesta segunda celebra 70 anos.

Durante a fala da presidente do TSE, Bolsonaro manteve a fisionomia séria e tapou a boca com a mão para falar no ouvido de Mourão, sentado ao seu lado direito.

A posse está programada para o dia 1º de janeiro, em cerimônia no Congresso Nacional.

Bolsonaro se emociona durante execução do Hino Nacional

UOL Notícias

Família, Deus e "confiança" de opositores

Além da ministra Rosa Weber, estiveram presentes na cerimônia os outros membros do TSE, o ministro Luiz Fux, como representante do STF (Supremo Tribunal Federal), Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, Eunício Oliveira (MDB), presidente do Senado, Claudio Lamachia, presidente da OAB, e Raquel Dodge, procuradora-geral da República.

A entrada do presidente eleito e de Mourão desfez o clima protocolar no plenário do TSE, com aplausos efusivos e alguns gritos de “mito” da plateia. Dezenas de convidados filmaram a cena com seus celulares.

A dupla foi a última a entrar no espaço, que fica no subsolo da sede do tribunal, em Brasília.

A futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a filha do casal, Laura, e três filhos do presidente eleito —o senador eleito Flávio (PSL-RJ), o deputado federal Eduardo (PSL-SP) e o vereador Carlos (PSC-RJ)— se sentaram na primeira fileira do plenário. Durante a cerimônia, Michelle usou um smartphone para gravar o marido.

Jair Bolsonaro agradeceu a Justiça Eleitoral por ter realizado, em outubro, eleições “livres e justas”. O presidente também fez menções a sua família, a Deus e a seus eleitores.

Bolsonaro também pediu a “confiança” daqueles que não votaram nele e afirmou que irá governar “em benefício de todos, sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou religião”.

O presidente eleito ainda repetiu bandeiras de sua época de campanha, afirmando que seu “dever” é transformar “anseios históricos” da população brasileira, como segurança pública, combate ao crime e respeito ao mérito, em realidade.

Não mais à corrupção, não mais à violência, não mais às mentiras, não mais à manipulação ideológica
Jair Bolsonaro

“Vivenciamos um novo tempo. As eleições revelaram uma realidade distinta das práticas do passado. O poder popular não precisa mais de intermediação”, afirmou, mencionando que as novas tecnologias permitiram uma relação “direta” entre o eleitor e seus representantes. A campanha de Bolsonaro foi feita majoritariamente através das redes sociais.

O presidente eleito encerrou seu discurso dizendo que, em sua gestão, “vamos resgatar o orgulho de ser brasileiro” e também pelas cores da bandeira e do hino nacional. “O Brasil deve estar acima de tudo. Que Deus abençoe nosso país e os brasileiros."

Ao final da cerimônia, Bolsonaro postou em suas redes sociais e voltou a falar em Deus em uma mensagem pelo Twitter.

Contas aprovadas e antecipação por cirurgia

Para receber o diploma, os eleitos precisavam estar com o registro de candidatura deferido e as contas de campanha julgadas, o que ocorreu na última terça-feira (4).

A chapa de Bolsonaro arrecadou mais de R$ 4,3 milhões e declarou gastos de R$ 2,4 milhões, segundo dados do TSE. A aprovação das contas foi feita "com ressalvas", termo jurídico utilizado para marcar que foram identificadas irregularidades de pequena monta que, no conjunto, não comprometeram a regularidade das contas.

Pela lei, a diplomação deveria ocorrer até o dia 19 de dezembro, mas foi antecipada este ano para que Bolsonaro pudesse ser submetido a uma cirurgia no dia 12. A cirurgia foi posteriormente cancelada, por razões médicas.

Bolsonaro iria ser submetido a um procedimento para a retirada da bolsa de colostomia que vem sendo utilizada por ele desde que levou uma facada durante a campanha, em 6 de setembro.