Marco Aurélio tem que ser arrancado do STF, diz deputada eleita do PSL
Gustavo Maia
Do UOL, em Brasília
19/12/2018 15h58Atualizada em 19/12/2018 17h11
Integrantes do PSL, partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), foram às redes sociais se manifestar contra a liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), para soltar presos após condenação em segunda instância.
A deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) escreveu no Twitter que o magistrado aproveitou a véspera do que chamou de "férias de verão" do STF "para dar a canetada" que pode colocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde 7 de abril, em liberdade.
"Foi caso pensado. Crime de lesa pátria. O STF precisa enterrar esse golpe AGORA! Danem-se as férias! Marco Aurélio tem q ser arrancado do STF", declarou.
Atenção! Marco Aurelio aproveitou a véspera das ?férias de verão? do STF para dar a canetada que pode colocar Lula em liberdade. Foi caso pensado. Crime de lesa pátria. O STF precisa enterrar esse golpe AGORA! Danem-se as férias! Marco Aurélio tem q ser arrancado do STF
? Joice Hasselmann (@joicehasselmann) December 19, 2018
"Se o STF não reagir IMEDIATAMENTE provará que compactua com o subserviente ministro q provou servir aos interesses do PT. Marco Aurélio tem que ser afastado, interditado e enfrentar um processo de impeachment. Os corruptos agora fazem uma estátua de Marco Aurélio para venerar", complementou, em outra mensagem.
A parlamentar eleita, que é jornalista, usou ainda duas hashtags contra o ministro, depois de comentar o pedido de soltura apresentado pela defesa do petista: #MarcoAurelioVergonhaNacional e #MarcoAurelioPelegodeLula.
Secretário de assuntos internacionais do PSL, Filipe Martins criticou o Judiciário afirmando que o Poder "se tornou um poder supra-legal, sem pesos e contrapesos que efetivamente funcionem".
Para ele, "a sociedade brasileira, em conjunto com o Congresso Nacional e com as autoridades do executivo, precisam reagir para impossibilitar abusos grotescos como o de hoje".
O presidente eleito está reunido desde o início da manhã com os futuros ministros do seu governo, na Granja do Torto, em Brasília, e até o momento não se pronunciou.
Conhecida nacionalmente por ter apresentado o pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a advogada e deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) publicou uma série de mensagens no Twitter, iniciada por uma desabafo: "que país complicado o nosso! Só por Jesus!".
Ela disse entender que a decisão do ministro tem "cumprimento condicionado", porque ele escreveu que o ato depende do "referendo do Plenário", que só se reunirá após o recesso. "Ademais, o próprio Ministro deixou consignado que as prisões que se justificam, para além da condenação em segunda instância, devem ser mantidas. Nesse contexto, parece precipitado conceber soltar Lula, ou qualquer outro preso, com fulcro em liminar, que depende de análise do Plenário", argumentou.
Não obstante, respeitosamente, penso que a decisão vem em péssima hora, no apagar das luzes, colocando em risco a sociedade, na medida em que pretende, uma vez referendada, possibilitar uma soltura geral de encarcerados. Sem contar a insegurança jurídica que gera.
? Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) December 19, 2018
"Não obstante, respeitosamente, penso que a decisão vem em péssima hora, no apagar das luzes, colocando em risco a sociedade, na medida em que pretende, uma vez referendada, possibilitar uma soltura geral de encarcerados. Sem contar a insegurança jurídica que gera. A decisão vem DE encontro com os anseios de uma sociedade vitimada por crimes de todas as naturezas", criticou Janaina.
Um dos integrantes do primeiro escalão da futura administração, o futuro chefe do ministério da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS), disse no Twitter que respeita a decisão de Marco Aurélio, mas argumentou "as consequências dela serão trágicas para a credibilidade da Justiça brasileira e para a luta contra a corrupção!!". O post foi apagado minutos depois.
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