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Em 1º Natal preso, Lula não tem ceia especial e ouve homenagens de longe

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O ex-presidente Lula cumpre pena em Curitiba

Flavio Costa

Do UOL, em São Paulo

24/12/2018 19h52

Pouco mais de oito meses após ser preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passará a noite de Natal na sala especial da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba sem receber visitas ou ceia especial. O jantar será o de praxe, informou a PF.

De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, será servido arroz, feijão, salada e um tipo de carne. Chocolates e frutas secas, entregues pelas visitas na última quinta-feira (20), podem completar a refeição.

Nas imediações do prédio em que cumpre pena de 12 anos e um mês no âmbito da Operação Lava Jato, o acampamento "Vigília Lula Livre" intensifica os atos de apoio ao ex-presidente em função da data comemorativa. São esperadas ao menos 500 pessoas entre a véspera e o dia de Natal.

Na noite desta segunda-feira (25), está previsto um ato religioso e, em seguida, uma ceia coletiva no acampamento. Não foi permitido pela PF que familiares ou advogados levassem ao ex-presidente uma ceia natalina.

"No último dia em que estive com ele, o presidente Lula me disse que escuta perfeitamente o 'bom dia', o 'boa tarde' e o 'boa noite' da militância. Estamos aqui para reafirmar que ele não passará sozinho a noite de Natal", disse ao UOL o sindicalista e ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho (PT).

A sala onde Lula está custodiado tem 15 metros quadrados. Ela fica localizada na cobertura do edifício, no quarto andar, isolada do resto do prédio. Os elevadores vão apenas até o 3° andar --é preciso subir um lance de escada para chegar ao ex-presidente.

A família do petista antecipou a celebração para a última quinta-feira, de acordo com o jornal "O Globo". A visita ocorreu um dia após ser divulgada a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello, que determinou a soltura de presos que cumprem pena após condenação em segunda instância, a exemplo de Lula. Hora depois, o presidente da corte, ministro Dias Toffoli, suspendeu a liminar

"O presidente não chegou a ficar esperançoso de ser libertado com a decisão de Marco Aurélio. Ele sabia que neste ano ele teria que enfrentar essa situação. Mas ele continua forte e na luta pela sua liberdade e provar sua inocência", disse Marinho, que ficará em Curitiba até o dia 2 de janeiro.

Estão previstos novos atos de apoio a Lula no dia 31, véspera de Ano Novo. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deverá estar presente.