Gesto de arma, gritos de mito e aceno a general: Bolsonaro na posse
Jair Bolsonaro (PSL) manteve na cerimônia de posse como presidente o estilo que adotou publicamente ao longo dos últimos anos e durante a campanha eleitoral, procurou reforçar os laços com seus apoiadores e teve retribuição do público.
Apoiador da autodefesa armada, ele repetiu nesta terça-feira (1º), em Brasília, o gesto feito várias vezes durante o ano de 2018 e repetido por seus fãs: o de usar as mãos para imitar o ato de atirar.
Seus apoiadores também preservaram na Esplanada dos Ministérios o estilo da campanha, entoando, durante o discurso do presidente, gritos similares aos de torcidas de futebol e voltando a chamar Bolsonaro de "mito".
A hierarquia militar, meio em que o presidente se formou, foi lembrada com bom humor, quando o pesselista pediu licença ao general Hamilton Mourão para discursar no Palácio do Planalto. "Meu prezado general, com licença", afirmou. O novo vice-presidente tem uma patente mais alta do que Bolsonaro, capitão do Exército.
Ao final deste discurso, sacou uma bandeira do Brasil e disse que ela jamais será vermelha, fazendo uma referência à cor do PT e associada ao socialismo e ecoando um bordão usado por manifestantes nos protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Bolsonaro manteve em seus discursos o tom em defesa de valores tradicionais, das forças de segurança e de uma economia menos regulamentada, enfatizando pontos conhecidos de seu plano de governo.
Como a ocasião exigia uso de terno e gravata, Bolsonaro não pôde usar roupas informais como tem exibido nas redes sociais. O gesto simbólico para reforçar a alegada simplicidade do presidente aconteceu quando usou uma caneta esferográfica comum para assinar a nomeação de seus ministros.
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