Caso Queiroz: o que se sabe sobre ex-assessor de filho de Bolsonaro
O ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, que atuou no gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), é suspeito de ter movimentações atípicas em uma de suas contas.
Nesta quinta-feira (17), o ministro Luiz Fux, vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu a um pedido de Flávio e suspendeu as investigações do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) envolvendo o ex-assessor. A Promotoria avalia se houve participação de parlamentares e servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) em movimentações bancárias não compatíveis com seus salários.
Veja o que se sabe até agora sobre o caso Queiroz:
Quem é?
Policial militar aposentado, Queiroz trabalhou para Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Ele atuava como motorista do político na Alerj e era amigo da família do deputado.
Suspeita
Um documento do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) revelou que depósitos feitos em espécie na conta do ex-assessor coincidiam com as datas de pagamento na Alerj. Nove assessores e ex-assessores de Flávio repassaram dinheiro para o motorista. O documento foi anexado à investigação da Operação Furna da Onça, que levou dez deputados estaduais à prisão no Rio de Janeiro no ano passado.
Queiroz ainda não explicou publicamente por que os depósitos foram feitos em sua conta bancária.
Quantia
A movimentação de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 é considerada suspeita. Na época, ele recebia salário de R$ 23 mil no gabinete de Flávio Bolsonaro. O documento do Coaf não significa que haja alguma irregularidade na transação, mas mostra que os valores movimentados, ou o tipo de transação envolvida, não seguiram o padrão esperado para aquele tipo de cliente.
O Coaf também identificou depósito de Queiroz no valor de R$ 24 mil na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente justificou que o depósito do ex-assessor do filho na conta de sua esposa foi o pagamento de parte de uma dívida de R$ 40 mil com o próprio Bolsonaro.
A mulher e as duas filhas de Queiroz foram citadas no relatório do Coaf por terem depositado recursos na conta do ex-assessor. Nathalia Melo de Queiroz repassou a ele R$ 97.641,20, segundo o órgão fiscalizador. Reportagem do UOL revelou que Nathalia acumulava em 2011 emprego de recepcionista em uma rede de academias no Rio, cargo de assessora de Flávio e a faculdade de Educação Física. Ela também foi assessora parlamentar do gabinete do então deputado Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
Defesa
Em entrevista ao "SBT Brasil" em 26 de dezembro, Queiroz disse que parte do dinheiro movimentado vem de negócios como compra e venda de carros. "Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro... Sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora, na minha época lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, revendia, tenho uma segurança", declarou.
Já Flávio diz que não pode ser culpado pela movimentação feita pelo ex-assessor. "Reafirmo que não posso ser responsabilizado por atos de terceiros, como parte da grande mídia tenta, a todo custo, induzir a opinião pública."
O senador eleito declarou ainda não saber o que seus assessores faziam fora do gabinete.
Sem depoimentos
Até hoje, Queiroz nem o parlamentar se apresentaram ao MP para prestar esclarecimentos a respeito da movimentação financeira. O ex-assessor usou um tratamento médico como justifica para não depor aos promotores. Flávio não foi ao MP, como não é investigado, justificando que seus advogados solicitaram os autos do processo para "tomar ciência dos fatos", mas se comprometeu a comparecer em outra oportunidade.
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