Mourão assumirá Presidência por 48h após cirurgia de Bolsonaro
Diferentemente do que estava previsto inicialmente, Jair Bolsonaro (PSL) ficará afastado da Presidência por 48 horas após a cirurgia a que será submetido em São Paulo na manhã da próxima segunda-feira (28), para a retirada da bolsa de colostomia que usa desde setembro, quando levou uma facada.
Neste período, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) assumirá interinamente. Anteriormente, o próprio Mourão e o Ministério Casa Civil haviam informado que ele só estaria no exercício do cargo enquanto Bolsonaro estivesse inconsciente durante a operação, prevista para durar cerca de quatro horas.
As informações foram divulgadas na noite desta sexta (25) pelo porta-voz do Palácio do Planalto, o general Otávio do Rêgo Barros. "Não é apenas, como havia sido citado inicialmente, no período de cirurgia, mas sim alongando-se por mais 48 horas", anunciou.
A justificativa apresentada pelo porta-voz foi que, no período entre cirurgia e recuperação, os médicos "indicam e iluminam a necessidade de estrito descanso de 48 horas". Ele não explicou, no entanto, o porquê da alteração dos planos.
A Constituição Federal determina que o vice deve substituir o presidente "no caso de impedimento", mas não detalha em quais situações. Dessa forma, a subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil teve de se debruçar sobre o tema para decidir se Mourão assumiria o comando do país novamente. Ele esteve na função de presidente em Exercício nesta semana, enquanto Bolsonaro participava do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
Os técnicos da pasta chegaram à conclusão de que a transmissão de responsabilidades é necessária pelo menos enquanto Bolsonaro estiver inconsciente em decorrência da anestesia geral, informou a Casa Civil durante a semana.
Cronograma
A previsão é que o presidente decole de Brasília rumo a São Paulo às 8h deste domingo (27) acompanhado de sua família, com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de um grupo resumido de assessores.
Também devem viajar o ministro Augusto Heleno, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o chefe de gabinete do presidente, Pedro César Nunes de Souza, seu ajudante de ordem, parte da sua segurança e, eventualmente, outros integrantes, além do próprio porta-voz.
A comitiva deve chegar à capital paulista às 9h10. Imediatamente, o grupo seguirá para o Hospital Albert Einstein, no bairro do Morumbi, e o presidente já se internará nesse momento. No local, existe uma área reservada para ele, que iniciará os procedimentos de preparação para exames pré-cirúrgicos.
Rêgo Barros não soube informar com precisão o horário previsto para a cirurgia, no dia seguinte, mas disse que será "bastante temprano, bastante cedo". "Em torno de 6h [da manhã] é a descida dele [para a sala de cirurgia], mas isso é preciso ser confirmado", afirmou.
Após a operação, o presidente será deslocado para uma região na área do CTI (Centro de Terapia Intensiva), "mas em condições mais humanizadas", conforme apontou o porta-voz.
Lá, passará a estabelecer o contato com os integrantes do governo, "particularmente do núcleo mais próximo, que são os ministros da casa [do Planalto]". Quatro integrantes do primeiro escalão do governo trabalham na sede da Presidência, em Brasília: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Carlos Santos Cruz (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (GSI) e Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral).
A previsão é que Bolsonaro permaneça em São Paulo por até 10 dias. "Nesse intervalo todo uma estrutura foi levada para São Paulo para prover o presidente da capacidade de estabelecer governo efetivo e eficaz, junto ao nosso país, à nossa sociedade", afirmou Rêgo Barros.
Ele explicou que haverá uma antessala, que estará sob a coordenação do ajudante de ordens do presidente, e lá ele estabelecerá, à medida que a agenda for organizada, a forma como o Bolsonaro irá cumpri-las.
Divulgação de informações
O porta-voz disse ainda que deverá fazer um "briefing" ao final de cada dia na sala de imprensa do hospital, para falar a respeito da evolução da cirurgia do presidente e já projetar "alguma particularidade para o dia seguinte".
Ainda segundo Rêgo Barros, os boletins médicos serão emitidos pelo hospital, mas a divulgação deles ficará sob sua "tutela".
"Naturalmente que nós vamos compartilhar essas informações com a equipe médica, que é aquela que vai ter a maior, melhor condição de aclarar para vocês qual e como foi o procedimento e as expectativas", completou.
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