Câmara oficializa renúncia de Jean Wyllys ao mandato de deputado federal
Um ofício assinado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), oficializou o pedido de renúncia ao cargo de deputado federal de Jean Wyllys (PSOL-RJ). O parlamentar tomaria posse para o terceiro mandato nesta sexta-feira (1º). A publicação está no Diário Oficial da União desta terça-feira (29).
O ofício de Wyllys foi encaminhado a Maia nesta segunda-feira (28). Na última semana, Wyllys anunciou que estava deixando o Brasil em razão de ameaças de morte que vinha sofrendo nos últimos meses.
A decisão de renunciar ao terceiro mandato pegou os próprios funcionários do gabinete de surpresa. O deputado não informou em qual país está vivendo.
A vaga será assumida pelo suplente, o vereador David Miranda (PSOL-RJ), que prometeu continuar a carregar a bandeira da causa LGBT.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal informaram que desde 2012 investigam as ameaças que Jean Wyllys sofre. Ele foi o primeiro parlamentar assumidamente homossexual na Câmara e enfrentou grupos conservadores. No Rio, antagonizava com o então companheiro de Parlamento, o atual presidente Jair Bolsonaro, a quem acusava de homofóbico e racista.
No texto encaminhado ao PSOL, e anexado ao comunicado, o parlamentar declarou que a decisão foi "pensada, ponderada, porém sofrida". Ele considerou ainda que "minha vida está, há muito tempo, pela metade; quebrada, por conta das ameaças de morte e da pesada difamação que sofro desde o primeiro mandato".
Com ascensão midiática após vencer o programa Big Brother Brasil, em 2005, e se declarar defensor da causa LGBT, Wyllys teve, em 2018, a pior votação, entre os cariocas eleitos, com 24.295 votos. Nos anos de 2010 teve cerca de 13 mil votos, e em 2014 conquistou a preferência de 144 mil eleitores.
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