Saída de Lula por morte do neto não deve ter ato político, dizem petistas
Nenhum ato político deverá acontecer em torno de uma eventual saída da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comparecer ao funeral de seu neto, disseram hoje à tarde petistas ouvidos pelo UOL.
Apesar de a Justiça Federal do Paraná ainda não confirmar a liberação do ex-presidente, o governo paranaense informou que Lula viajará a São Paulo para acompanhar o velório do neto e utilizará uma aeronave do estado, concedida após pedido da Polícia Federal.
No fim de janeiro, Lula perdeu Genival Inácio da Silva, o Vavá, um de seus irmãos. Uma sucessão de negativas à saída temporária levou o caso ao STF (Supremo Tribunal Federal). Por fim, o presidente da Corte, Dias Toffoli, autorizou o ex-presidente a ir a São Paulo para se encontrar com a família em uma unidade militar -- mas a decisão saiu quando Vavá já estava sendo sepultado. Com a ausência de Lula, o enterro do irmão ganhou tom político, em clima de protesto e de desagravo ao ex-presidente.
Desta vez, petistas avaliaram que não só não existe clima para convocação de um ato político, mas também há a intenção de não "dar motivo" para que a saída temporária do presidente seja vetada pelas autoridades.
Também pesou, segundo eles, a reação negativa de parte da opinião pública ao fato de a Justiça ter impedido Lula de ir ao enterro do irmão.
Um dos entrevistados também disse que houve um cuidado maior das partes envolvidas, desde a Polícia Federal até a própria defesa, para que o trâmite para a saída ocorresse de forma mais discreta depois da grande repercussão da negativa para a ida ao enterro de Vavá.
No pedido feito hoje, os advogados de Lula pediram sigilo ao pedido de saída temporária e sugeriram um acordo com as autoridades para "determinar providências específicas" para o comparecimento do ex-presidente ao funeral, o que não ocorreu no caso de Vavá.
A defesa inclusive assumiu o compromisso de não divulgar o trajeto que será feito por Lula caso ele receba permissão para deixar a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde abril do ano passado.
Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, morreu no começo da tarde devido a uma meningite meningocócica. Segundo uma das fontes, que falaram sob condição de anonimato, Arthur e o avô eram muito próximos -- o menino chegou a almoçar com Lula logo antes de sua prisão, em abril do ano passado.
Segundo a Lei de Execução Penal, um preso pode ser autorizado a sair temporariamente da cadeia quando houver morte de "cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão".
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