Câmara lança frente contra corrupção com deputados citados na Lava Jato
A Câmara lançou hoje (19) a Frente Parlamentar Mista contra a Corrupção. Entre os 221 parlamentares que integram o grupo, há deputados citados na Lava Jato, no caso da JBS e condenados em processos administrativos.
O grupo, comandado pela deputada de primeiro mandato Adriana Ventura (Novo-SP), tem ao menos dois deputados que foram citados na lista de propina da Odebrecht: o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Vicentinho (PT-SP). Eles são membros, mas não integram a diretoria do grupo.
O processo de Maia corre no STF (Supremo Tribunal Federal). À época da denúncia ele disse que o processo vai comprovar que são falsas as citações dos delatores, e os inquéritos serão arquivados". Já o caso do deputado Vicentinho foi saiu do Supremo e foi remetido a instância inferior. Quando as denúncias vieram à tona, o petista disse que viu o assunto "com surpresa. De uma coisa tenho certeza: não sei, não fui e jamais serei corrupto. Meus projetos são todos contra interesses de empreiteiras, inclusive da Odebrecht. Mas vamos aguardar do que estão me acusando".
A coordenadora da frente defendeu que na diretoria do grupo não tem parlamentares envolvidos em casos de corrupção.
"Tem uns que apoiam e uns que efetivamente atuam no combate à corrupção. Nós estamos lutando por uma causa. Nós lutamos por uma causa unindo, não desunindo. Nesse sentido, essa discussão já veio, questão de processos de pessoas que estão condenadas e têm uma denúncia. Isso está todo mundo sujeito. Mas a gente não quer ser juiz", disse.
A deputada explicou que a frente vai trabalhar focada em legislar, fiscalizar e educar sobre o tema.
"É ética contra a corrupção, mas e pessoas que a gente acha que não sejam tão éticas? A gente começa a entrar com juízo de valor. A gente não tem a resposta pronta. A resposta tem que construir junto", disse.
A reportagem também identificou, entre os membros da frente, Vitor Lippi (PSDB-SP). Ele é ex-prefeito de Sorocaba (cidade no interior de São Paulo) e já teve condenação por improbidade administrativa, em 2017.
Assinaram também o requerimento da frente a deputada licenciada e ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS). Ela foi citada na delação premiada da JBS e teria concedido incentivos fiscais para o grupo. A defesa de Tereza negou irregularidades.
Veja quem são os membros da direção da frente:
Adriana Ventura (Novo-SP)
Prof. Luiz Flávio Gomes (PSB-SP)
Bia Kicis (PSL-DF)
Fernando Rodolfo (PR-PE)
Capitão Alberto Neto (PRB-AM)
Marcelo Calero (PPS-RJ)
Luisa Canziani (PTB-PR)
Gilson Marques (Novo-SC)
Carla Zambelli (PSL-SP)
Paula Belmonte (PPS-DF)
Enrico Miasi (PV-SP)
Rodrigo Coelho (PSB-SC)
Lucas Gonzales (Novo-MG)
Felipe Rigoni (PSB-ES)
Coronel Armando (PSL-SC)
Tabata Amaral (PDT-SP)
Rodrigo Agostinho (PSB-SP)
Os senadores que integram a direção do grupo são:
Alessandro Vieira (PPS-SE)
Selma Arruda (PSL-MS)
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