Presidente que não entende força do Congresso pode cair, diz FHC
Após o acirramento da crise neste fim de semana entre Jair Bolsonaro (PSL) e o chefe da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), em torno da articulação política da reforma da Previdência, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que chefe de Estado que não entende a força do Congresso Nacional "não governa e pode cair". Apesar de não citar nomes, FHC faz menção direta ao episódio ao afirmar que "maltratar quem preside a Câmara é caminho para o desastre".
"Paradoxo brasileiro: os partidos são fracos, o Congresso é forte. Presidente que não entende isso não governa e pode cair; maltratar quem preside a Câmara é caminho para o desastre. Precisamos de bom senso, reformas, emprego e decência. Presidente do país deve moderar não atiçar", afirmou FHC em seu perfil no Twitter.
A publicação acontece após uma semana conturbada, marcada por turbulências entre Legislativo e Executivo. O começo da crise se deu na última semana, quando Maia ficou incomodado com um tuíte de Carlos Bolsonaro, o filho "zero dois" do presidente. A publicação rendeu um telefonema de Maia ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em que ameaçou deixar a articulação da reforma da Previdência na Câmara.
Na ocasião, Maia já não escondia a insatisfação com a falta de solidez da base governista no diálogo pró-reforma e também com a pressão exercida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, por rapidez na tramitação do pacote anticrime enviado ao Parlamento.
Os tuítes de Carlos, que é vereador no Rio de Janeiro pelo PSC, vêm respigando no Executivo. Na última quinta (21), em mais um episódio que provocou acirramento entre os Poderes, Carlos compartilhou nas redes a resposta de Moro à decisão de Maia de não dar prioridade ao projeto de lei que prevê medidas de combate ao crime organizado e à corrupção.
Em outra rede social, Carlos questionou Maia: "por que o presidente da Câmara está tão nervoso?".
Em entrevista publicada ontem pelo jornal "O Estado de S.Paulo", Maia declarou que "o governo é um deserto de ideias" e aconselhou Jair Bolsonaro a passar menos tempo no Twitter e se empenhar mais organizando propostas para o país.
Do Chile, o presidente da República respondeu que dedica ao Twitter apenas 20 minutos do dia e, em discurso, afirmou que a responsabilidade pela tramitação da reforma da Previdência é do Parlamento.
O pesselista também deixou claro que tem considerado as manifestações de Maia "um tanto quanto agressivas". Pouco depois, durante a visita ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o presidente da Câmara retrucou: "não uso minhas redes sociais para agredir ninguém, e sim para apresentar propostas, ideias e discussões para a sociedade".
Após o encontro com o tucano, Maia também deu a entender que o pacote anticrime de Moro não é a prioridade. "A minha agenda é a reforma da Previdência", afirmou.
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