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Comissão aprova volta da Funai e demarcação de terra indígena para Justiça

Índios montam acampamento na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso, em abril - Pedro Ladeira/Folhapress
Índios montam acampamento na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso, em abril Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

09/05/2019 12h37

A comissão mista que analisa a reformulação ministerial proposta pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) transferiu a demarcação de terras indígenas do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para a Funai (Fundação Nacional do Índio). A decisão dos parlamentares também vinculou a Funai ao Ministério da Justiça.

Na organização proposta pelo governo Bolsonaro, em janeiro, a Funai foi retirada das competências do Ministério da Justiça e encaminhada ao Ministério de Direitos Humanos. O desmembramento do órgão transferiu ao Incra a demarcação de terras, no Ministério da Agricultura.

Com as mudanças aprovadas pelos congressistas, a Funai inteira e a demarcação de terras ficarão sob competência do Ministério da Justiça.

A ministra da pasta de Direitos Humanos, Damares Alves, disse ontem (8) que "a Funai tem de ficar com mamãe Damares, não com papai Moro. Lugar da Funai é nos Direitos Humanos".

A declaração foi rebatida pelo líder do PT, Alexandre Padilha (SP).

Ele disse que "duvida" que algum ministro tenha visto as discussões da comissão e considerou falta de respeito a declaração da ministra.

Outra derrota do governo foi a retirada do Coaf do Ministério da Justiça, com retorno ao Ministério da Economia.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.