Centrão recua e desiste de criar novos ministérios na MP
O Centrão - grupo informal de siglas como DEM, PP, PRB, PSD - recuou e não vai votar pela criação de novos ministérios. O grupo havia negociado, no início do mês, com o governo Jair Bolsonaro (PSL) que seriam recriadas as pastas da Integração Nacional e Cidades. Essa seria uma maneira de dialogar com o governo, que, após cinco meses de gestão, segue sem base para aprovar projetos.
Os partidos de centro haviam definido a criação de dois novos ministérios - Cidades e Integração Nacional - durante a discussão, na comissão especial, da MP (Medida Provisória) 870, que reestruturou o número de ministérios. O líder da maioria, bloco com cerca de 300 deputados, Aguinaldo Ribeiro, disse que a decisão é consenso no centro.
"Vamos manter aquilo que o governo deseja [sobre ministérios]. Nos outros pontos, vamos votar o que foi aprovado na comissão", disse Ribeiro.
Durante o dia, em reuniões com partidos do Centrão - grupo informal de siglas como DEM, PP, PR, PRB, PSD - e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ficou decidido que aconteceria a votação da MP 870 nesta quarta.
A falta de articulação do governo para formar uma base agravou a discussão em torno da MP 870. A comissão especial que debateu o relatório tirou o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Fiscais) do Ministério da Justiça e devolveu ao Ministério da Economia, onde sempre esteve, desde sua criação, na década de 1990.
Votação será nominal
O embate em torno da MP 870 é um dos elementos para convocar as manifestações governistas do próximo domingo (26). Em reunião com líderes, foi definido que a votação da MP será nominal. Esse pedido era feito pelo governo para expor quem estava contra a mudança dos ministérios e a transferência do Coaf da Fazenda para Justiça.
"Deve, sim, acontecer a votação nominal. O PSL já tinha dado a letra de que pediria [a votação]. A gente vai ter uma discussão muito clara. Tem voto vence, não tem, não vence. E de qualquer sorte o Coaf estará em casa, ou com Sergio Moro [Justiça] ou com Paulo Guedes [Economia]", disse a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
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