Após comissão tirar Coaf de seu comando, Moro diz que articulação falhou
Horas depois de a comissão especial do Congresso Nacional votar pela saída do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), o ministro Sergio Moro disse que a decisão "não foi muito favorável" e que a articulação do governo falhou ao tentar convencer os parlamentares. Apesar do lamento, o ministro afirmou que, independentemente da decisão, o governo vai continuar a fortalecer o órgão.
"Nós conversamos e dialogamos e tentamos explicar. Aparentemente não fomos bem-sucedidos em relação à decisão da comissão", disse Moro.
O ministro disse, no entanto, que vai continuar a conversar com parlamentares sobre o assunto.
Hoje, deputados federais e senadores da comissão especial do Congresso que avalia a MP (medida provisória) que muda a estrutura administrativa do governo votaram pelo retorno do Coaf ao Ministério da Economia, impondo uma derrota a Moro. Atualmente, o órgão, que fiscaliza transações financeiras aparentemente irregulares, está sob o comando do Ministério da Justiça.
Moro tem sido um dos principais defensores da manutenção do Coaf sob seu comando, mas parlamentares do centrão e de oposição argumentam que a continuidade da instituição no Ministério da Justiça poderia dar "superpoderes" a Moro.
Durante uma cerimônia de premiação na sede do Coaf, Moro falou sobre a decisão de hoje.
"Hoje, de fato, houve uma decisão não muito favorável a essa proposta do governo (manter o Coaf no MJSP), mas independentemente do que aconteça, tenha certeza de que a postura do governo vai ser de fortalecimento do Coaf. Porque não é uma política do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. É uma política de governo. Hoje, na verdade, é uma política de Estado", afirmou.
Moro também afirmou que o governo vai aguardar uma posição final do Congresso Nacional sobre o Coaf para iniciar conversas com o Ministério da Economia a respeito do futuro do órgão. Após passar pela comissão, o relatório tem de ser votado em plenário.
"Há uma posição que eu já externei anteriormente de que nós entendemos que o Coaf fica melhor no Ministério da justiça e Segurança Pública que no Ministério da Economia, mas, se essa for a decisão final do Congresso, nós vamos depois conversar com o Ministério da Economia para ver a melhor forma de manter as estruturas", afirmou o ministro.
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